Talíria Petrone (Psol-RJ), Áurea Carolina (Psol-MG) e Benedita da Silva (PT-RJ) participaram de uma audiência na Comissão de Cultura da Câmara, em Brasília (DF), nesta quinta-feira (25)
Texto / Simone Freire
Imagem / Cleia Viana / Câmara dos Deputados
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Diante da prisão do DJ Rennan da Penha, produtor do Baile da Gaiola, realizado no Rio de Janeiro (RJ), por associação ao tráfico, as deputadas Talíria Petrone (Psol-RJ), Áurea Carolina (Psol-MG) e Benedita da Silva (PT-RJ) anunciaram que irão propor uma agenda de discussão que vise a descriminalização do funk no Brasil.
As parlamentares participaram de uma audiência na Comissão de Cultura da Câmara, em Brasília (df), nesta quinta-feira (25). Na ocasião citaram a prisão do músico e a proibição dos bailes funk como exemplos de racismo contra as populações periféricas do país.
A proposta é que, juntas, elas busquem o apoio da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados para agendar audiências no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria Geral da República (PGR).
“Racismo não! Criminalização do nosso corpo, não! Segue nossa luta. Segue o baile, segue o baile”, afirmou a deputada Talíria Petrone. .
As deputadas que propuseram a audiência pública sobre a descriminalização do funk também vão criar um grupo de trabalho para viabilizar alternativas econômicas, inclusive por meio do Orçamento, para reafirmar a expressão cultural do funk.
Participações
Para o midiativista Raull Santiago, da comunidade do Morro do Alemão, a história do funk é linda, rica e potente, mas a sociedade ainda vê quem não convive com a realidade da favela.
A professora Adriana Facina, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), reforçou essa posição. “Eu acho que a gente tem no Brasil uma longa história de criminalização das culturas da diáspora africana, né? E isso é instituído na nossa sociedade. Faz parte do racismo estrutural, das desigualdades sociais brutais. A cultura é parte disso. Então, discriminar essas pessoas é discriminar suas culturas também. E eu acho que o funk é um novo capítulo de uma velha história”, observou.
*Com informações da Agência Câmara de Notícias.