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‘’Quem matou Malcolm X?’’ estreia na Netflix

2 de fevereiro de 2020

Embora um dos assassinos tenha confessado a autoria do assassinato, muitas dúvidas acerca da morte do ativista ainda pairam no ar

Texto / Redação | Imagem / Divulgação

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Às vésperas dos 55 anos da morte de um dos maiores ativistas negros do mundo, o documentário “Quem matou Malcolm X?” (Who killed Malcolm X?) será lançado pela Netflix, na próxima sexta-feira, 7 de fevereiro.

A produção, incluída na programação da plataforma de streaming, contará sobre a vida e circunstâncias do assassinato de Malcolm Little, mais conhecido como Malcolm X, e rebatizado de Al Hajj Malik Al-Shabazz.

Nascido em 19 de maio de 1925 em Omaha, Nebraska (EUA), Malcolm foi assassinado no auge de seu poder e popularidade, em 21 de fevereiro de 1965, em Nova Iorque (EUA). O líder negro fazia um discurso em um auditório no Harlem quando foi alvejado por três homens com 16 tiros.

Um dos atiradores era Thomas Hagan, então rapaz de 25 anos. Assim como os demais atiradores, ele pertencia à Nação do Islã, o movimento que Malcom X deixara. Hagan ficou preso por cerca de quatro décadas e confessou ter matado Malcolm por que ele teria abandonado seus princípios.

Embora Hagan tenha confessado, muitas dúvidas acerca da morte do ativista ainda pairam no ar. Alguns acreditam que sua morte foi mesmo orquestrada pela Nação do Islã, na época no comando de Elijah Muhammad. Outros tendem a acreditar que sua morte teve participação do FBI (Federal Bureau of Investigation, na sigla em inglês), uma das polícias de inteligência dos Estados Unidos.

No documentário, o historiador, ativista e jornalista Abdur-Rahman Muhammad embarca na difícil missão de desvendar este quebra-cabeça. Rachel Dretzin e Phil Bertelsen são os produtores do filme em associação com a Netflix e a Fusion TV.

Quem foi Malcolm X

Malcolm X se destaca na história dos Estados Unidos no século XX por ser um negro de grande repercussão e que defendeu os direitos da comunidade negra. Percebeu que a questão do negro não estava ligada apenas a um fator religioso, mas tinha relação com a estrutura do capitalismo.

Ele foi o quarto filho de seis que seu pai, Earl Little, e sua mãe, Louise Little, tiveram ao longo de suas vidas. Sua família sofreu intensamente com a perseguição da Ku Klux Klan em razão da atuação do pai no ativismo em defesa dos direitos dos afro-americanos. Seu pai acabou assassinado por supremacistas brancos e sua mãe nunca se recuperou. Embora tenha tentado sustentar a família, pouco tempo depois foi encaminhada para uma clínica psiquiátrica.

Malcolm e seus irmãos foram encaminhados para uma casa de adoção e embora tenha se dedicado bastante aos estudos, Malcolm abandonou a ideia de ser advogado após ser desacreditado por um professor. Morando com a irmã em Boston, começou a beber e usar drogas.

Em Nova York, passou a praticar pequenos furtos até que em um deles foi capturado pela polícia. Na prisão, ele passou a receber visitas de seu irmão, Reginald Little, que lhe apresentou o grupo Nação do Islã, uma organização que defendia os direitos afro-americanos e a formação de uma comunidade de negros separada dos brancos. Esse grupo era liderado por Elijah Muhammad.

Em 1953, ele converteu-se ao Islã e aderiu ao grupo. Seu sobrenome Little foi abandonado e substituído pelo “X”. Após sair da prisão, atuou ativamente no grupo e tornou-se jornalista. Conhecido cada vez mais, Malcolm X defendia a resistência dos negros por “qualquer meio necessário”, inclusive a violência em caso de autodefesa. Esta era uma das principais diferenças entre ele e Dr. Martin Luther King, também notório ativistas pelos direitos da população negra na época.

A partir da década de 1960, Malcolm X entrou em choque com a liderança do Nação do Islã abandonando o grupo em 1964 e fundando sua própria organização religiosa, Muslim Mosque Inc (Associação da Mesquita Muçulmana).

Em 1964, ele iniciou uma jornada religiosa na qual peregrinou para a cidade sagrada do Islã, Meca, na Arábia Saudita e adotou um novo nome: El-Hajj Malik El-Shabazz. Além disso, viajou pelo continente africano e fundou uma organização pan-africana não religiosa que defendia os direitos humanos para todos os descendentes de africanos.

Malcolm X retornou aos Estados Unidos com algumas mudanças na sua ideologia. Passou a defender posturas menos radicais e parou de advogar pelo uso da violência para obtenção dos direitos sociais para os afro-americanos. No entanto, morreu pouco tempo depois, assassinado em 1965.

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