Para entrar no Museu dos Reis Bamum, os visitantes precisam passar debaixo das presas de uma serpente gigantesca de duas cabeças, que faz parte do escudo de um dos reinos mais antigos da África subsaariana. O local começou a ser construído em 2013, no oeste de Camarões, e já recebeu cerca de 2 mil visitantes.
Localizado na praça do Palácio Real em Foumban, capital histórica da dinastia Bamum, o museu tem mais de 5 mil metros quadrados e reúne mais de 12 mil peças que incluem armas, tubulações e instrumentos musicais.
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No local também são exibidos objetos que refletem a criatividade artística e histórica desse povo, tanto em inovações tecnológicas para a época quanto em desenhos. O reino, fundado em 1384, é um dos mais antigos da África.
O museu ainda apresenta a vida de seu bamum mais famoso, Ibrahim Njoya, que governou de 1889 a 1933 e criou a escrita bamuna, um sistema com mais de 500 símbolos silábicos. Os visitantes podem observar os manuscritos e a máquina de moer milho que ele inventou.
A inauguração contou com a presença do sultão Mouhammad Nabil Mforifoum Mbombo Njoya e seus familiares que usavam vestimentas típicas do povo. Também estiveram no museu espectadores de todo o país.
“Rendemos tributo a um rei que foi ao mesmo tempo um guardião e um pioneiro (…) É uma forma de nos sentirmos orgulhosos do nosso passado para construir o futuro”, declarou o sultão Mouhammad, de 30 anos e bisneto de Njoya, em entrevista à AFP.
Recentemente, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) incluiu os rituais do povo Bamum, chamados “nguon”, que são realizados durante um festival anual popular, em sua lista de patrimônio cultural intangível da humanidade.