A abertura das atividades do Ciclo Afro durante a programação da Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo) ocorreu na segunda-feira (22), às 10h30 da manhã do horário local. A primeira atividade contou com representantes de ministérios do governo federal brasileiro, incluindo os ministérios da Igualdade Racial, da Educação e da Cultura.
Marcos Ramos, um dos organizadores do encontro, destacou a importância das experiências e saberes africanos para a construção da América Latina, em especial Brasil e Colômbia, e apontou para a necessidade de ambos os países estarem mais próximos.
Ramos recordou o Congresso de Cultura Negra das Américas, que ocorreu na Colômbia, Panamá e Brasil, no fim dos anos 1970 e início dos anos 1980, com a participação de figuras como Manuel Zapata Oliveira e Abdias do Nascimento, proeminentes nomes do antirracismo dos dois países, à época. “Pena que poucos brasileiros conhecem Manuel Zapata e poucos colombianos Abdias do Nascimento”, disse.
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Na sequência, houve um debate para refletir as questões de raça e gênero nos dois países, com a mediação da socióloga Munah Malek. As professoras Mara Viveros e Dyane Brito apresentaram um histórico das discussões raciais nos dois países, que passaram pela construção de uma ideia de nações sem racismo e sem identificações de raça bem definidas.
Depois do almoço, foi a vez do artista brasileiro Salloma Salomão, sob a mediação de Andreia Leiva, falar sobre as epistemológicas afrodiaspóricas. Salloma Salomão abordou os desafios para se construir pensamento e prática decoloniais, sobretudo diante das realidades de Brasil e Colômbia, que têm como comunicação oficial a língua do colonizador.