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 ‘De volta à vida’: artistas de Ruanda recriam fotos de vítimas do massacre de 1994

O país planeja uma série de atos e homenagens em referência aos 100 dias de massacre
A imagem mostra um membro da equipe “Art for Memories” desenhando o retrato de uma vítima do genocídio de Ruanda em Kigali, em 2 de abril de 2024.

Foto: Guillem Sartorio / AFP

4 de abril de 2024

Para marcar os 30 anos do genocídio do povo tutsi, em Ruanda, jovens artistas recriam fotografias e retratos das vítimas para seus entes queridos. A maioria dos ilustrados nem sequer tinha nascido quando as mais de 800 mil pessoas foram assassinadas por extremistas Hutu. O país planeja, a partir do dia 7, uma série de atos e homenagens em referência aos 100 dias de massacre.

Em blocos de desenho ou em formato digital, o trabalho desses artistas tem sido uma maneira de preservar a imagem e a memória das vítimas, além de ilustrar a visão de um passado doloroso para o país.

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Idealizado por King Ngabo, de 28 anos, o projeto “Art for Memories” (arte para memórias, em tradução livre) há um ano, os artistas do grupo recriam, gratuitamente, novos retratos de mortos e desaparecidos a partir de fotografias antigas e muitas vezes danificadas. Desde então, cerca de 450 vítimas do genocidio de 1994 foram transformadas em artes.

Em entrevista à AFP, King disse que costuma fazer o convite aos entes queridos das vítimas através das redes sociais e as traz “de volta à vida”. Ele também destacou que apesar de conhecer muitas histórias sobre o massacre, nunca teve o “privilégio” de poder falar com um sobrevivente

Mucyo Martin, um ilustrador independente de 20 anos, acrescenta que durante o genocídio, desenhos eram usados para espalhar propagandas anyi-tutsi, transmitida pela televisão e rádio. “Então agora somos nós, jovens artistas, que fazemos ilustrações também, decidimos corrigir isso”, conclui.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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