As Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) dispararam projéteis de longo alcance contra o palácio presidencial em Cartum, no Sudão, nesta quinta-feira (1). Esse foi o segundo ataque à capital em menos de uma semana.
Segundo fonte do Exército sudanês ouvida pela Agence France-Presse (AFP), os disparos partiram do distrito de Al-Salha, do outro lado do rio Nilo Branco — posição mais próxima que a RSF alcançou desde que o Exército recapturou a cidade em março.
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Ainda não há informações confirmadas sobre vítimas. No sábado anterior, as forças paramilitares já haviam atacado o quartel-general do comando militar na capital. O grupo está em guerra com o Exército sudanês desde abril de 2023, em um conflito que já deixou dezenas de milhares de mortos e 13 milhões de deslocados.
Tomada de El-Nuhud amplia cerco a El-Fasher
No mesmo dia, a RSF anunciou ter tomado o controle da cidade de El-Nuhud, no estado de Kordofão Ocidental, a cerca de 400 quilômetros a leste de El-Fasher — último grande centro populacional ainda sob controle do Exército em Darfur. A cidade tem posição estratégica por estar no caminho das forças que tentam socorrer a guarnição militar cercada em El-Fasher.
Testemunhas relataram à AFP que os paramilitares entraram em El-Nuhud pela manhã, vindos do norte e do oeste. A captura da cidade ainda não foi confirmada pelo Exército, mas sua perda dificultaria qualquer tentativa de envio de reforços à cidade sitiada.
ONU alerta para catástrofe humanitária em Darfur
O avanço da RSF em Darfur intensificou os bombardeios sobre El-Fasher e levou à tomada de dois campos de deslocados próximos, provocando o deslocamento de centenas de milhares de civis.
Nas últimas três semanas, ao menos 542 civis morreram apenas no estado de Darfur do Norte, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). “O horror que se desenrola no Sudão não conhece limites”, afirmou o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk.
Drones atacam base militar em Kosti
Ainda nesta quinta-feira (1), drones operados pela RSF atingiram uma base do Exército na cidade de Kosti, no estado do Nilo Branco, no sul do país. Testemunhas relataram explosões provocadas por quatro mísseis e disparos de resposta por parte da artilharia antiaérea do Exército.
Com os novos avanços, o conflito fragmentou territorialmente o país: o Exército mantém o controle do norte, leste e centro do Sudão, enquanto a RSF domina a maior parte do oeste e amplas faixas do sul. A guerra segue sem sinais de cessar-fogo.
