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Ketanji Brown Jackson pode ser a primeira mulher negra da Suprema Corte dos EUA

Título pode ser conquistado após 233 anos de funcionamento do maior símbolo judiciário americano; das 115 pessoas juristas que já serviram, apenas dois eram homens negros 

Imagem mostra o rosto de Ketanji Brown Jackson, que se encontra de óculos e sorrindo em fundo preto

Imagem mostra o rosto de Ketanji Brown Jackson, que se encontra de óculos e sorrindo em fundo preto

— Imagem: Reprodução / Getty Images

4 de abril de 2022

Ketanji Brown Jackson, 51, é o nome da juíza que poderá receber o título de primeira mulher negra a ocupar uma vaga na Suprema Corte dos Estados Unidos da América (EUA). Selecionada pelo atual presidente, Joe Biden (Partido Democrata), ela concorre ao cargo vitalício no mais alto órgão judicial do país, sucedendo a vaga do juiz, defensor público federal e advogado, Stephen Breyer, com quem já trabalhou como escrituária. 

Desde a última semana de março, Jackson passa por uma sequência de sabatinas e, nesta segunda-feira (4), aguarda o posicionamento do Comitê Judiciário do Senado. Os responsáveis por esta frente devem discutir e colocar em votação a indicação da juíza, podendo a decisão não ser tomada hoje, mas, sim, nos próximos dias. 

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No último mês de março, Jackson já passou por sabatinas e, em seu discurso, prometeu ser independente em relação aos partidos, reiterando seu compromisso com a lei e a igualdade. Em última reunião de avaliação, a magistrada iniciou a sua fala pontuando sua dedicação com a justiça durante toda sua trajetória na profissão.

“Tenho dedicado a minha carreira a garantir que as palavras gravadas na frente do edifício da Suprema Corte, ‘Justiça igualitária sob a lei’, sejam uma realidade, não apenas um ideal”, disparou. 

Caso seja aprovada pelo Senado, Ketanji deve alterar o cenário conservador e hegemônico da Suprema Corte. Ao longo dos 233 anos desde o início da Suprema Corte, das 115 pessoas juristas que já serviram, apenas dois eram homens negros e nenhuma era uma mulher negra. Sobre o quadro de mulheres que ocupam a Casa, a magistrada pode se tornar a sexta mulher a servir, compartilhando das atividades com mais três juízas brancas. 

Até o momento, a sua indicação foi bem vista entre lideranças democratas e também republicanas. Ambos os partidos veem Ketanji como uma boa indicação de candidatura, por sua qualificação e anos dedicados ao exercício do Direito. Entretanto, por estratégia política, a imprensa internacional acredita que é possível uma oposição contra ela por parte dos republicanos. 

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Atualmente, a juíza tem uma página dedicada à indicação ao cargo e a sua trajetória no site oficial da Casa Branca, que conta que Ketanji nasceu em Washington, DC, e cresceu em Miami, Flórida. 

Segundo a biografia levantada, seus pais frequentaram escolas primárias segregadas, depois frequentam faculdades e universidades historicamente negras. Ambos começaram suas carreiras como professores de escolas públicas e se tornaram líderes e administradores no Sistema de Escolas Públicas de Miami-Dade. Quando a juíza Jackson estava na pré-escola, seu pai frequentou a faculdade de Direito. 

Em uma palestra apresentada em 2017, a juíza traçou seu amor pela lei ao lembrar que sentava ao lado de seu pai enquanto ele fazia sua lição de casa da faculdade – lendo casos e se preparando para interrogatórios – enquanto ela fazia sua lição de casa pré-escolar. 

O site oficial ainda conta que Ketanji se destaca desde a infância por sua oratória, ocupando cargos de liderança na escola. No ensino médio, chegou a declarar que gostaria de ingressar na Universidade de Harvard, mas, na época, escutou do seu orientador que ela não deveria colocar suas “vistas tão altas”. Anos depois, ela se formou onde sonhava, ocupando cargo na “Escola da Lei” da instituição. 

Atualmente, Ketanji vive com seu marido, Patrick, e suas duas filhas, em Washington, onde fica a sede oficial da Suprema Corte.

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