Reunidos em Adis Abeba, na Etiópia, onde acontece a 37ª Cúpula da União Africana (UA), líderes políticos africanos defenderam a urgência de uma reforma no sistema financeiro internacional.
Os chefes de Estado e membros de governos voltaram a tratar da criação de um sistema financeiro continental focado nos interesses e necessidades dos 54 países africanos.
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Na cúpula e em parte dos eventos paralelos, os participantes discutem propostas como a criação de ao menos três novas instituições financeiras: o Banco Central Africano (BCA); o Fundo Monetário Africano (FAM) e o Banco Africano de Investimentos (BAI), conforme informações do governo brasileiro.
O propósito dessas instituições é servir como a espinha dorsal do sistema africano, promovendo a integração monetária e financeira, impulsionando o desenvolvimento econômico em todo o continente e ampliando a participação regional na economia global.
Lula questiona papel do FMI e Banco Mundial
O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) também se manifestou sobre o funcionamento de instituições financeiras internacionais durante viagem à Etiópia para participar como convidado da cúpula.
Em discurso, o presidente brasileiro fez menções diretas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial. “Essas instituições vão servir para financiar o desenvolvimento dos países pobres ou vão continuar existindo para sufocar os países pobres?”, questionou.
Lula declarou ainda que alguns países africanos possuem dívidas insustentáveis e propôs convertê-las em investimentos para o desenvolvimento.
“Esse dinheiro, ao invés de voltar para a instituição que emprestou, pode ser direcionado para a construção de uma ferrovia, de uma rodovia, de uma hidrelétrica, de uma termelétrica, de uma universidade, de uma instituição de pesquisa. Ou seja, vá para algo que significa desenvolvimento para o continente africano“, afirmou.
Para o governante, a Cúpula do G20, que acontece em novembro no Rio de Janeiro, será o melhor momento para discutir questões como essa. Em 1º de dezembro de 2023, o Brasil assumiu a presidência rotativa.
Além de reunir as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, a partir deste ano, a União Africana também se une ao G20.