No sábado (8), o governo do Níger anunciou a organização de uma “convenção nacional”, a ser realizada de 15 a 19 de fevereiro, com o objetivo de definir a duração do período de transição que começou com a derrubada do presidente civil Mohamed Bazoum, em 2023, informou o Ministério do Interior nigerino. Segundo a agência AFP, as datas foram anunciadas pela televisão estatal, acrescentando que a reunião seria realizada na capital Niamey.
Em agosto de 2023, logo após tomar o poder, o atual líder do país, o general Abdourahamane Tiani, anunciou a organização de um “diálogo nacional inclusivo” para delinear as áreas prioritárias de governança e estabelecer a duração da transição. À época, ele mencionou uma duração máxima de três anos, mas não abordou a questão desde então.
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No início do ano passado, foram realizadas consultas em todas as oito regiões do país para estabelecer uma base de trabalho para as reuniões da próxima semana, com uma comissão nacional também criada por decreto presidencial para supervisionar o trabalho da conferência de quatro dias, com o objetivo de produzir um “esboço preliminar da carta de transição”.
Após a reunião, haverá um período de três semanas para a elaboração de um “relatório final” para o general Tiani. A comissão, chefiada por Mamoudou Harouna Djingareye, um líder tradicional, também é composta por ex-ministros, acadêmicos, advogados, soldados, conselheiros de Tiani, líderes religiosos e figuras da sociedade civil.
A comissão é composta por cinco subcomitês, cujos temas são “paz, segurança, reconciliação nacional e coesão social”, “reforma política e institucional” e “justiça e direitos humanos”.
O Níger é um dos vários países da região do Sahel, na África, nos quais os militares tomaram o poder nos últimos anos, entre eles Mali e Burkina Faso. A principal característica desses governos é o discurso de distanciamento das potências coloniais, principalmente em relação à França.
Com uma população de cerca de 27,2 milhões de pessoas, o Níger é sexto maior país em extensão territorial no continente africano, de um total de 55 países. A nação do Sahel conquistou sua independência da França apenas em 1960.