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Pessoas com deficiência relatam exclusão de propostas eleitorais em Moçambique

“Porque é que não passam nas nossas casas? Será que é por saberem que está lá uma pessoa com deficiência?”, questiona presidente da associação de cegos
Imagem mostra um cadeirante negro de Moçambique.

Imagem mostra um cadeirante negro de Moçambique.

— B. Jequete

14 de setembro de 2024

Aproximadamente duas semanas após o início da campanha eleitoral, pessoas com deficiência na província de Nampula, em Moçambique, relatam que não foram abordadas por nenhum político e não ouviram propostas voltadas para suas necessidades sociais nas eleições que se aproximam. 

A Associação dos Cegos e Pessoas com Visão Reduzida de Moçambique (ACAMO) expressou sua preocupação com essa exclusão ao Jornal DW

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“Estamos acompanhando por aí algumas promessas, mas quanto às pessoas com deficiência visual nunca ouvi nenhuma palavra. Mesmo no bairro, nas nossas casas, sempre ouvimos barulho e me questiono porque é que não passam nas nossas casas? Será que é por saberem que está lá uma pessoa com deficiência?”, questiona Afonso Lima, presidente da associação.

Peri Amade, delegado provincial do Fórum das Associações Moçambicanas das Pessoas com Deficiência (FAMOD), ressalta que a situação não se estende por todo o país.

Apesar da falta de atenção e da discriminação enfrentada, as pessoas com deficiência já elaboraram um manifesto eleitoral e esperam que o futuro Presidente da República considere suas demandas. O fórum também delineou as principais necessidades que deseja ver atendidas. 

“Buscamos oportunidades de emprego formal e a criação de projetos que promovam a geração de renda para pessoas com deficiência. É fundamental que as crianças com deficiência tenham acesso a uma educação inclusiva, além da criação de um fundo que possibilite emprego para esse grupo”, sugere Peri Amade.

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  • Caroline Nunes

    Jornalista, pós-graduada em Linguística, com MBA em Comunicação e Marketing. Candomblecista, membro da diretoria de ONG que protege mulheres caiçaras, escreve sobre violência de gênero, religiões de matriz africana e comportamento.

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