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Professores moçambicanos denunciam intimidação e coação de partido político

Classe afirma que é obrigada a abandonar as aulas para participar da campanha eleitoral e recepcionar de forma calorosa o candidato da Frelimo, Daniel Chapo; oposição também tem feito o mesmo, só que em menor escala
Imagem mostra o candidato à presidência de Moçambique, Daniel Chapo (Frelimo), acusado de obrigar professores a fazer campanha para ele.

Foto: Charles Mangwiro

13 de setembro de 2024

De acordo com informações da Associação Nacional dos Professores (Anapro), educadores de Moçambique têm denunciado casos de intimidação e coação para participar da campanha de Daniel Chapo, candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo). As acusações estão em análise pelos órgãos de justiça do país africano.

Dentre as denúncias, a classe de professores afirma que educadores são obrigados a abandonar as salas de aulas para participar da campanha e, em alguns casos, para recepcionar de forma calorosa o candidato da Frelimo. 

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“As escolas ficam abandonadas e como associação repudiamos esta atitude que não condiz com a nossa missão que é de educar. É condenável e, sendo um período eleitoral, o professor não devia ser usado para estas coisas”, afirmou a Anapro em nota oficial, divulgada pelo Jornal DW.

Além disso, as intimidações também afetam a direção escolar, que é obrigada a ameaçar os professores de transferências arbitrárias para lecionarem em estabelecimentos de ensino distantes das suas residências e com impedimento nas progressões de carreiras caso se recusem a fazer campanha para a Frelimo.

Moçambique realiza em 9 de outubro as eleições gerais, que incluem eleições presidenciais, legislativas, das assembleias provinciais e de governadores de província. Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar, de acordo com dados da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Contudo, a Resistência Nacional de Moçambique (Renamo) – principal força de oposição à Frelimo –, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar, também foram denunciados à Associação Nacional de Professores por a fazer uso indevido e ameaças aos professores, mas em menor escala.

  • Caroline Nunes

    Jornalista, pós-graduada em Linguística, com MBA em Comunicação e Marketing. Candomblecista, membro da diretoria de ONG que protege mulheres caiçaras, escreve sobre violência de gênero, religiões de matriz africana e comportamento.

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