Informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde do país congolês e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1º de junho
Texto: Nataly Simões | Imagem: Gabriele François Casini
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Com acesso limitado à saúde, falta de recursos e de segurança para lidar com a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus e que já infectou 3.195 e matou 72 pessoas, a República Democrática do Congo enfrenta agora uma nova epidemia do vírus Ebola.
O novo surto foi comunicado pelo ministro da Saúde, Eteni Longondo, na segunda-feira (1). A autoridade afirmou que quatro pessoas que morreram na cidade de Mbandaka, na província de Équateur, tiveram resultado positivo para o Ebola após testes no laboratório biomédico nacional da capital Kinshasa. A epidemia foi confirmada pelo diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma publicação no Twitter.
“Esse surto é um lembrete de que a Covid-19 não é a única ameaça à saúde que as pessoas enfrentam”, escreveu.
.@WHO already has staff in Mbandaka, #DRC supporting the new #Ebola outbreak response.
This outbreak is a reminder that #COVID19 is not the only health threat people face. WHO is continuing to monitor & respond to many health emergencies.— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) June 1, 2020
O Congo enfrenta epidemias seguidas de Ebola há quase dois anos nas proximidades das fronteiras ao leste com Ruanda e Uganda. Na região, o vírus já matou mais de 2.200 pessoas, o maior surto da doença já registrado depois da epidemia no leste da África, de 2013 a 2016, que exportou o Ebola para países da américa do norte e da europa.
No caso da Covid-19, o país congolês registrou o primeiro caso da doença no início de março e no fim do mês o presidente Félix Tshisekedi estabeleceu estado de emergência com o bloqueio das fronteiras e o fechamento de escolas, restaurantes, bares e templos religiosos.
A falta de estrutura do país que é um dos mais pobres do continente africano aumenta o risco de infecção e dificulta o acesso da população ao atendimento hospitalar. Os conflitos armados que atingem o país também impedem profissionais de saúde de realizarem testes para o vírus, o que atrasa as medidas de proteção e eleva a suspeita de que haja subnotificação de contaminados e mortos pelo novo coronavírus.