O sistema de saúde do Haiti está em iminente risco de colapso, com apenas 60% dos hospitais em operação, advertiu o Unicef nesta quarta-feira (22). O alerta do Fundo das Nações Unidas para a Infância ocorre em meio a uma missão internacional liderada pelo Quênia, que se prepara para estabilizar o país assolado pela violência das gangues.
“O sistema de saúde do Haiti está à beira do colapso”, afirmou Bruno Maes, representante do Unicef no Haiti, em comunicado. Maes destacou que milhões de crianças estão vulneráveis a doenças e desnutrição no país. “A combinação de violência, deslocamento em massa, epidemias perigosas e desnutrição crescente envergou o sistema de saúde do Haiti, mas o estrangulamento das cadeias de abastecimento pode ser que o quebre”, acrescentou.
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Os hospitais haitianos enfrentam uma grave escassez de suprimentos médicos essenciais. Recentemente, os voos de carga nacionais e internacionais foram retomados após a reabertura do aeroporto da capital, Porto Príncipe, que ficou fechado por dois meses e meio.
O Unicef informou que contêineres cheios de suprimentos vitais foram apreendidos ou saqueados, incluindo muitos armazéns e farmácias. “Centenas de contêineres com ajuda humanitária estão presos na cidade, impossibilitados de serem descarregados”, relatou a organização. “Não podemos permitir que suprimentos vitais que poderiam salvar vidas de crianças permaneçam trancados em armazéns e contêineres. Devem ser entregues agora”, enfatizou Maes.
A violência das gangues em Porto Príncipe forçou dezenas de milhares de pessoas a fugirem para o sul do Haiti, sobrecarregando ainda mais os serviços de saúde nessas áreas. Além disso, cerca de 40% de todo o pessoal médico deixou o país devido ao caos, segundo a agência da ONU.
Atualmente, aproximadamente 4,4 milhões de haitianos precisam de assistência alimentar e 1,6 milhão enfrenta “níveis emergenciais de insegurança alimentar aguda“, indicou o Unicef.