A União Africana (UA) se tornou membro permanente do G20, que reúne as 19 nações mais ricas do planeta e a União Europeia (UE). A ascensão como parte da organização ocorreu durante a 18ª Cúpula do G20, em Nova Delhi, na Índia, entre o sábado (9) e o domingo (10). Até então o bloco só tinha um país do continente africano, a África do Sul.
O Brasil, que assumiu a presidência do grupo durante o encontro, foi um dos principais fiadores da entrada do bloco continental na organização multilateral. O apoio foi anunciado pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em maio, durante encontro com o presidente de Comores, Zali Assoumani — que também preside a UA.
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Lula e Assoumani discutiram a aproximação entre Brasil e África por meio da ampliação de iniciativas entre o Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Diversos líderes africanos também fizeram declarações positivas após o anúncio. No sábado (9), o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, declarou que a entrada da organização no G20 deve ampliar a participação da África no contexto global.
“Dou boas-vindas à entrada da União Africana no G20 como membro permanente. Essa participação, para a qual temos trabalhado há muito tempo, providenciará um quadro propício para a ampliação da promoção em prol do continente e sua efetiva contribuição diante dos desafios globais”, disse Faki em uma publicação nas redes sociais.
A adesão da UA também foi celebrada pelo premiê da Índia, Narendra Modi, que presidiu o encontro mais recente do G20 e classificou a entrada do bloco africano de “um passo significante em direção a um diálogo global inclusivo”.
A UA reúne todos os 55 países do continente africano — incluindo o Saara Ocidental — e é um dos blocos continentais mais abrangentes do planeta. Com aspirações de integrar e desenvolver o continente, o bloco recentemente fechou um ambicioso acordo de livre comércio africano para ampliar as trocas entre os países-membros.