PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Violência após eleição presidencial em Moçambique deixa 11 mortos, denuncia ONG

Confrontos entre apoiadores da oposição e forças de segurança ocorrem após resultado eleitoral contestado; ONG local e União Europeia denunciam irregularidades
Manifestantes queimam uma bandeira do partido Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) durante uma manifestação em Maputo, no dia 24 de Outubro de 2024.

Foto: Alfredo Zuniga/AFP

29 de outubro de 2024

A Human Rights Watch (HRW), organização internacional não governamental que defende e realiza pesquisas sobre os direitos humanos, informou nesta terça-feira (29) que a violência pós-eleitoral em Moçambique resultou na morte de pelo menos 11 pessoas e ferimentos graves em mais de 50 outras, em confrontos que ocorreram entre apoiadores da oposição e a polícia desde que Daniel Chapo, do partido Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), foi declarado vencedor das eleições presidenciais de 9 de outubro.

Os protestos começaram após o anúncio dos resultados, que deram à Chapo 71% dos votos, enquanto o principal candidato oposicionista, Venâncio Mondlane, do partido Podemos, obteve 20%. Centenas de manifestantes foram às ruas em Maputo e outras regiões na semana passada, o que desencadeou confrontos violentos com a polícia, que utilizou gás lacrimogêneo e munição real para dispersar a multidão.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

De acordo com a HRW, foram realizados disparos indiscriminados, inclusive em áreas residenciais, o que expôs várias pessoas ao gás lacrimogêneo, entre elas crianças com apenas um ano de idade. Allan Ngari, diretor de advocacia da África na HRW, ressaltou que “as autoridades moçambicanas devem investigar prontamente e de maneira imparcial o uso indevido da força e responsabilizar os responsáveis”.

Além da HRW, uma ONG local chamada Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD) também relatou ao menos 11 mortes, sendo seis dessas ocorridas na província de Nampula. O CDD informou ainda que mais de 450 pessoas foram detidas durante as manifestações, das quais cerca de 370 em Maputo. Pelo menos 85 dessas pessoas já foram liberadas, de acordo com a ONG.

A polícia de Moçambique, por sua vez, declarou anteriormente que 20 pessoas ficaram feridas nos protestos, mas ainda não se pronunciou sobre os relatórios da HRW e do CDD. Informou, porém, que duas pessoas morreram, sendo uma em Nampula e outra em Niassa, sem dar mais detalhes sobre os incidentes.

A comissão eleitoral moçambicana validou os resultados e confirmou a vitória de Chapo, mas o partido Podemos, de Mondlane, contestou a apuração e ingressou com uma ação judicial na última segunda-feira exigindo a recontagem dos votos. 

Texto com informações da Agence France-Presse.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano