A 6ª Marcha das Mulheres Negras de São Paulo realizará uma série de atividades políticas e culturais virtuais, além de intervenções de rua, no próximo domingo (25). A data celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Internacional de Tereza de Benguela.
Nesta edição, o evento tem como inspiração a frase da escritora Conceição Evaristo “Eles combinaram de nos matar, mas combinamos de não morrer”. Pela segunda vez consecutiva, devido às medidas de restrições para conter a pandemia da Covid-19, o encontro terá um formato híbrido, com a programação transmitida ao vivo pela internet, além de faixas e projeções espalhadas por São Paulo e em outros municípios.
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No atual cenário, o movimento destaca o aprofundamento do genocídio promovido pelo Estado brasileiro contra o povo negro e faz um balanço da política de Jair Bolsonaro diante das mais de 540 mil vítimas da Covid-19, sendo a maioria de pessoas negras.
“É urgente tirar Bolsonaro do controle do país. Pela gestão fascista da pandemia que assassina nosso povo. Pela destruição dos territórios quilombolas e indígenas com o avanço genocida do agronegócio que toma e queima a Amazônia. Pelo aumento autorizado da violência e letalidade policial que têm como principais símbolos o desaparecimento dos meninos de Belford Roxo, a Chacina da Favela do Jacarezinho e o assassinato da jovem Kathlen Romeu”, destaca trecho do manifesto do evento.
Todas as ações do protesto, se orientam pelo mote “Nem fome, nem tiro, nem Covid: Parem de nos matar! Fora Bolsonaro! Impeachment já! Contra o racismo e o genocídio! Mulheres negras por vacina, moradia, comida, emprego e demarcação das terras quilombolas e indígenas! Por nós, por todas nós, pelo Bem Viver!”
Desde 2015
A Marcha das Mulheres Negras de São Paulo é uma articulação não hierárquica e estruturada por mulheres negras, organizadas em coletivos ou autônomas, que têm como principal objetivo a luta contra o racismo, o machismo, a lesbofobia e todas as formas de preconceito e opressões.
A organização se consolidou enquanto movimento que resgata ancestralidade e pressiona pela unidade da luta antirracista. A organização vem dando continuidade às mobilizações da Marcha Nacional das Mulheres Negras que, em 2015, levou cerca de 50 mil mulheres a ocupar as ruas de Brasília. E após o assassinato brutal de Luana Barbosa, o Núcleo Impulsor da Marcha do Estado de São Paulo, em diálogo com coletivos, grupos de mulheres negras, ONGs, partidos políticos e mulheres independentes, articulou uma marcha na cidade de São Paulo que no dia 25 de julho de 2016 – dia da Mulher Negra, Afro-Latina e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela – se consolida e levou às ruas da capital, na ocasião, cerca de 3 mil mulheres.
Leia mais: Liderança quilombola, Tereza de Benguela lutou contra o patriarcado no século 18
Cronograma:
16h00: abertura com o axé das Mães de Santo da MMNSP
16h30: Marchinha: programação para os erê
17h00: Salve das quebradas e faixaços
17h30: Manifesto da Marcha das mulheres negras de São Paulo 2021
18h Mesa: Nem fome, nem tiro, nem Covid: Parem de nos matar! Fora Bolsonaro! Impeachment já! Contra o racismo e o genocídio! Mulheres negras por vacina, moradia, comida, emprego e demarcação das terras quilombolas e indígenas! Por nós, por todas nós, pelo Bem Viver
19h30: AO VIVO – Projeção na Igreja do Rosário dos Homens Pretos da Penha 19h40: exibição do documentário da Marcha das mulheres negras de São Paulo 20h00: Encerramento artístico: Samba mulheres negras em marcha e MC Luana Hansen