A 35ª Bienal de São Paulo será aberta ao público, gratuitamente, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, a partir de 6 de setembro, com o tema “Coreografias do Impossível”. Com um elenco de 121 artistas confirmados, em sua maioria negros, indígenas e não brancos, o evento pretende ampliar o diálogo local e internacional com vozes das diásporas e de povos originários.
Entre os coletivos artísticos que participarão está o Acervo Zumví, que existe desde 1990 com o objetivo de preservar a memória da população negra da Bahia.
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José Carlos, diretor institucional do arquivo Zumví, ressalta a importância da presença do grupo soteropolitano na Bienal. “O fato de estarmos na Bienal de São Paulo reflete a importante preservação da nossa memória negra e hoje poder estar num local reconhecido como topo da arte brasileira, chegando de forma coletiva, como um quilombo visual, sendo referência para a nova geração de fotógrafos e fotógrafas negras”, destaca.
Bienal acontece desde a década de 1950 na capital paulista
A tradicional exposição acontece em São Paulo desde 1951 e a diversidade da edição de 2023 se faz presente desde o coletivo curatorial horizontal, formado pela pesquisadora Diane Lima, a escritora Grada Kilomba, o antropólogo Hélio Menezes e o historiador Manuel Borja-Villel.
“Os participantes presentes nesta Bienal desafiam o impossível em suas mais variadas e incalculáveis formas. Vivem em contextos impossíveis, desenvolvem estratégias de contorno, atravessam limites e escapam das impossibilidades do mundo em que vivem. Lidam com a violência total, a impossibilidade da vida em liberdade plena, as desigualdades, e suas expressões artísticas são transformadas pelas próprias impossibilidades do nosso tempo. Esta Bienal abraça o impossível, as coreografias do impossível, como uma política de movimento e movimentos políticos entrelaçados nas expressões artísticas. É um convite a nos movermos por entre artistas que transcendem a ideia de um tempo progressivo, linear e ocidental. A impossibilidade é o fio condutor e o principal critério que guia a seleção desses participantes”, adiantam os curadores.
Para José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, a mostra representa um novo capítulo e legado para a instituição.
“A 35ª Bienal de São Paulo é um marco histórico que transcende as fronteiras do impossível. Estamos testemunhando a convergência de artistas excepcionais, ideias transformadoras e um diálogo incisivo sobre as questões urgentes do nosso tempo. Essa exposição se tornará um legado duradouro, inspirando gerações futuras e redefinindo os limites do que é possível na expressão artística”, enfatiza.
Serviço:
De 6 de setembro a 10 de dezembro
ter, qua, sex, dom: 10h – 19h (última entrada: 18h30); qui, sáb: 10h – 21h (última entrada: 20h30)
Pavilhão Ciccillo Matarazzo, Parque Ibirapuera, Portão 3, São Paulo – SP
Entrada gratuita