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África é tema dos primeiros filmes da Mostra Internacional de Cinema do Itaú Cultural Play

Documentários trazem um panorama do continente africano e como artistas e mulheres transformam os desafios e problemas de suas regiões em arte e soluções para uma sociedade mais justa, livre e igualitária
Imagem mostra um homem negro coberto por uma roupa que se assemelha a um cobertor.

Foto: Divulgação

19 de outubro de 2023

Como parte da programação da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, a Itaú Cultural Play, plataforma de streaming de cinema brasileiro, exibe gratuitamente cinco documentários. Os filmes integram a exposição realizada presencialmente em vários pontos da cidade, incluindo o Espaço Itaú de Cinema da Frei Caneca e o da Augusta, até 1º de novembro, e on-line em outras plataformas.

Os documentários estarão disponíveis em sessões especiais de quatro horas na IC Play. Dois deles entram na plataforma já no próximo final de semana. São eles “Do lixo ao tesouro: transformando negativos em positivos” (2020) e “Unidas por Bissau” (2023), ambos da diretora Iara Lee, exibidos no sábado (21) e domingo (22), 20h a 00h, respectivamente.

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“Tomando Veneza” (2023), de Amei Wallach; “A geração ameaçada” (2022), de Celeste Geer; e “Paisagens Radicais” (2022), de Elettra Fiumi, também compõem a Mostra e terão suas datas de exibição divulgadas em breve.

“Do lixo ao tesouro: transformando negativos em positivos” (2020) faz um registro sobre a vida em Lesoto, pequeno país localizado na parte sul do continente africano, independente do Reino Unido desde 1966. A obra retrata a criatividade de artistas locais, que, apesar dos inúmeros problemas enfrentados no país, como a pobreza e a baixa expectativa de vida, fazem da arte uma ferramenta de transformação social. Designers transformam lixo em joias, cineastas fazem das tragédias expressões de resiliência e músicos criam canções para preservar o meio ambiente.

Ainda com foco no continente africano, especificamente em Guiné-Bissau, na África Ocidental, o filme “Unidas por Bissau” (2023) documenta a vida de mulheres corajosas que por meio da agroecologia, desafiam o patriarcado do país com a construção de instituições autossuficientes. A agroecologia é uma ciência que fornece os princípios ecológicos básicos para tratar e entender tantos os ecossistemas produtivos, quanto os preservadores do meio ambiente. Mais importante que isso, que sejam culturalmente sensíveis, socialmente justos e viáveis economicamente para a solidificação de agro ecossistemas sustentáveis.

As mulheres guineenses desafiam outras questões sociais como a mutilação genital feminina e o casamento forçado. Influenciadas pelo legado de Amílcar Cabral (1924-1973), político agrônomo e teórico marxista, centralizou os direitos das mulheres nas lutas por libertação e, com suas ideias, tem trazido a volta do poder feminino ao país.

Documentário “Unidas por Bissau” (2023). Foto: Divulgação

Sobre Iara Lee

Brasileira com ascendência coreana, Iara é uma ativista e cineasta. Foi produtora da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, de 1984 a 1989. Entre curtas e longas-metragens, dirigiu documentários como Prazeres Sintéticos (1995, 19ª Mostra) e Batalhas pelo Xingu (2009, 33ª Mostra). Participa atualmente do projeto Culture of Resistance, onde por meio da arte reúne artistas ao redor do mundo para encontrar formas criativas de se oporem à guerra e promoverem a paz, a justiça e a sustentabilidade.

Os filmes podem acessados de graça em todo o país via site do Itaú Cultural Play e dispositivos móveis Android e IOS. Confira a programação completa da 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo no site da Mostra.

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