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Estudantes e coletivos negros definem local e data de encontro nacional

Evento está marcado para os dias 13, 14 e 15 de maio de 2016 na cidade do Rio de Janeiro

14 de outubro de 2015

Texto e Imagens: Pedro Borges  Edição de Imagens: Vinicius Martins

Entre os dias 9 e 12 de outubro, negras e negros de diferentes universidades brasileiras participaram, em Belo Horizonte, na ocupação Izidora, da II reunião de construção do Encontro de Estudantes e Coletivos Universitários Negros, o EECUN. Além de discutirem a data, o local e os princípios do encontro, representantes de diferentes coletivos negros analisaram a atual conjuntura política e econômica do país.

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A organização da II reunião de construção do EECUN foi feita pelos estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. Miriam Alves, estudante de pedagogia da universidade, avalia que o espaço foi “importante para o fortalecimento da Executiva, que antecede ao Encontro Nacional no Rio. Buscamos focar um pouco na vivência e experiências fora dos muros da universidade, para refletir sobre nossas ações para além da academia, visando um comprometimento maior dos nossos para com o povo preto”.

O local escolhido para receber o evento foi a cidade do Rio de Janeiro, nos dias 13, 14 e 15 de maio. Mirts Sants, estudante de letras da Universidade Federal do Espírito Santo, UFES, comenta o fato do encontro se iniciar na mesma data da abolição da escravatura. “Fator muito importante foi a escolha do 13 de maio para dar início ao encontro, é uma sexta-feira 13, dia de preto velho, que tem nos guiado nessa caminhada coletiva para essa organização. Sabemos que a unidade do povo preto é essencial para nossa luta e faremos de tudo para que essa unidade seja o marco desse EECUN.”.

Ela acrescenta que escolher o Rio de Janeiro foi uma decisão estratégica por ser um estado acessível e facilitar o deslocamento de todos. “A escolha do RJ foi mais estratégica do que por trata-se de um cartão postal, já que o encontro irá demandar muita dedicação e empenho de todos os participantes para a proposição de políticas de ações afirmativas e de enfrentamento ao racismo”.

Em meio às discussões sobre o local e a data, uma das grandes conquistas da II reunião foi a consolidação dos princípios norteadores do encontro. Miriam Alves expõe que “para além do enfrentamento ao racismo, machismo e LGBT’sfobias, foi se discutido entre os princípios, a importância de nossa autonomia, ou seja, uma organização suprapartidária”.

A estudante de psicologia destaca a importância da ocupação Izidora para o amadurecimento de todos. Para ela, as “principais conquistas foram as relações dos estudantes com os moradores da Ocupação, o resgate às raízes, o pensar para além das teorias acadêmicas, a troca de saberes”.

Ocupação Izidora

A Ocupação Izidora, composta por Rosa Leão, Esperança e Vitória, é atualmente a maior ocupação do território nacional, composta por cerca de 8.000 famílias. Parte dos moradores é oriunda de áreas desalojadas pela prefeitura e pelo governo federal para realização de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ou por outros fatores, como o aumento especulação imobiliária.

A ocupação tem em torno de 5 anos, sendo a mais jovem, a Ocupação Vitória, que já tem um histórico de dois anos de luta. Os enfrentamentos acontecem tanto com a Prefeitura de Belo Horizonte, na figura do prefeito Marcio Lacerda, quanto com o governo de Minas Gerais, que em seus últimos mandatos coordenado por tucanos e hoje é comandado pelo petista Fernando Pimentel. A atual gestão vem ameaçando a retirada desses moradores por meio de ataques da tropa de choque e de ameaças constante de despejo sem nenhuma seguridade a integridade dessas famílias.

I reunião de construção nacional

As conversas em Belo Horizonte foram o segundo momento de debate e construção do EECUN. Nos dias 8 e 9 de maio, os estudantes se encontraram na cidade de São Carlos-SP. O Alma Preta também fez uma cobertura completa. Veja pelo link.

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