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Evento discute cotas e racismo dentro de faculdade de medicina

8 de junho de 2016

Texto: Pedro Borges / Edição de Imagem: Pedro Borges

Atividade acontece na UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, primeira instituição de ensino superior no Brasil a aderir ao sistema de cotas

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O Coletivo Negrex, organização de estudantes negras e negros de medicina, e a Frente pela Democracia da Faculdade de Medicina da UERJ organizam no dia 9 de junho, quinta-feira, no Anfiteatro Ney Palmeiro, dentro das dependências do Hospital Universitário Pedro Ernesto, um debate sobre racismo institucional e cotas raciais nos cursos de medicina.

Mesas de debates e intervenções culturais têm o objetivo de questionar o racismo vigente tanto no atendimento da população negra, quanto na formação dos novos profissionais de saúde. Os organizadores pretendem colocar em pauta maior respeito às diversidades dentro da saúde no país.

UERJ foi a primeira universidade brasileira a adotar a política de cotas

Pesquisa Nacional de Saúde de 2015 mostra que 22% dos negros já se sentiram discriminados nos serviços de saúde no país. O Ministério da Saúde em 2014 divulgou dados que comprovam que 60% das mães mortas durante os partos no Sistema Único de Saúde (SUS) são mulheres negras.

Monique França, estudante de medicina da UERJ e integrante do coletivo Negrex, diz que o pioneirismo da universidade na adoção da política de cotas exige uma reflexão sobre o racismo na formação médica, algo pouco visto. “Desde 2009 existe uma Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e nunca tive uma aula/seminário/ trabalho sobre o tema. A discussão de cotas no curso de medicina é importante por se tratar de um curso majoritariamente elitista, branco, permeado de privilégios sociais e ao se incluir diversos estudantes nesse lugar não pode se acreditar que apenas a inclusão é um processo que se finda nele mesmo”.

Ela ainda afirma a necessidade de enxergar a pluralidade da população negra, muito além dos padrões e estereótipos impostos na construção do país. “É preciso que o olhar sobre a saúde da população negra seja transversal e para isso é preciso que saibam que ela (r)existe. E (r)existe pra além dos serviços de limpeza, de segurança, mas como protagonista do cuidado, visto que são, não apenas, a maioria dos usuários do SUS como também da população brasileira e hoje estamos nas salas de aula querendo aprender como melhor cuidar do nosso povo e não repetir práticas eugenistas e racistas”.

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