Texto: Pedro Borges / Foto: Roger Cipó © Todos os Direitos Reservados para Olhar de um Cipó
Atividade contou com a apresentação musical de Lenna Bahule e com o balé solo de Rubens Martins
A 13° Semana Martin Luther King Jr. aconteceu no dia 5 de Abril, às 19h, no Sesc Vila Mariana. A programação foi construída pela editora Palas Athena, em parceria com o Sesc e cooperação da UNESCO e do Consulado Geral dos EUA.
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A coordenação do debate foi feita por Camilo Ghorayeb, psicoterapeuta, e Lígia Ferreira, professora da UNIFESP. Camilo fez aproximações entre o ativismo de Martin Luther King e Mahatma Gandhi, além de ressaltar a importância do pensamento do líder americano no momento de avanço do conservadorismo no mundo.
Para Lígia, pesquisadora sobre o abolicionista brasileiro, Luiz Gama, lembrar Martin Luther King Jr. cria a possibilidade de recordar os heróis nacionais. “Muitas vezes nós referenciamos, com muita justiça, os líderes estrangeiros, e esquecemos do patrimônio de uma pessoa que nós tivemos e esquecemos de referenciar”.
A professora ressaltou a importância da conversa e a necessidade de refletir sobre a consciência negra, em um ambiente fora da universidade. “Momentos como esse nos oferecem uma abertura interessante, porque é mais do que pode oferecer o mundo acadêmico. A gente se sente até um pouco mais livre, pode conversar com uma maior proximidade, com um público tão variado”.
A abertura do evento ficou com a peça de balé “Um encontro com King”, interpretada por Rubens Martins. A preparação e a vontade de transmitir o ideal de igualdade exigiram envolvimento com a fonte espiritual do líder americano. “Eu me aprofundei muito nesse personagem atual. Eu sinto o Martin Luther King muito atual, cada vez mais, porque esse discurso é cada vez mais presente nas nossas necessidades e no nosso dia a dia”.
Lenna Bahule, cantora moçambicana, encerrou a 13° Semana Martin Luther King Jr. com o show do seu álbum “Nômade”. Ela fez uma avaliação positiva da atividade e enalteceu a obrigatoriedade de recordarmos os grandes nomes da história como modo de enfrentar a separação racial. “Lembrar Luther King traz esse movimento, do mesmo modo que é lembrar Gandhi, Nina Simone, Angela Davis, que são pessoas que tem um papel importante para descontruir esse tema que está tão impregnado no nosso dia a dia, mas também para lembrar quem somos nós, seres humanos”.
Confira a entrevista completa em áudio: