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Exposição aborda a influência de línguas iorubás em expressões faladas no Brasil

Com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana, a mostra apresenta expressões africanas usadas no dia a dia do brasileiro
A imagem mostra uma parte da exposição “Línguas africanas que fazem o Brasil”.

Foto: Divulgação/Guilherme Sai

28 de maio de 2024

Realizada no Museu da Língua Portuguesa, a exposição “Línguas africanas que fazem o Brasil” apresenta o quanto e como o dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas, seja na forma de expressão, entonação, vocabulário ou pronúncia. A mostra fica em cartaz até janeiro de 2025.

A exposição tem a curadoria de Tiganá Santana e destaca que as línguas dos habitantes de terras da África Subsaariana, como o iorubá, eve-fom e as do grupo bantu, têm participação decisiva na configuração do português falado no Brasil.

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Além das línguas, a apresentação retrata a chegada de africanos trazidos de forma violenta ao Brasil entre os séculos 16 e 19 e como essa presença pode ser sentida em outras manifestações culturais, como a música, a arquitetura, as festas populares e rituais religiosos. 

A exposição recebe o público com 15 palavras oriundas de línguas africanas impressas em estruturas ovais de madeira penduradas pela sala. Serão destacadas palavras como bunda, xingar, marimbondo, dendê, canjica, minhoca e caçula. O público também poderá ouvi-las nas vozes de pessoas que residem no território da Estação da Luz, onde o museu está localizado.  

Outro destaque no espaço é a obra do artista plástico baiano J. Cunha — um tecido estampado com os dizeres “Civilizações Bantu” que vestiu o tradicional Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, no Carnaval de 1996. Além disso, cerca de 20 mil búzios também estarão suspensos e distribuídos pelo ambiente. Na tradição afro-brasileira, as conchas são usadas em práticas divinatórias e funcionam como linguagem que conecta o mundo físico e espiritual.

Ainda na entrada da exposição, o público encontra “adinkras” — símbolos utilizados como sistema de escrita pelo povo Ashanti, que habita países como Costa do Marfim, Gana e Togo, na África — espalhados pelas paredes. Eles podem representar desde diferentes elementos da cultura até sentenças proverbiais inteiras em um único ideograma.

Serviço

Quando: Até janeiro de 2025 – de terça a domingo, das 9h às 16h30 (com permanência até as 18h)
Onde: Museu da Língua Portuguesa Praça da Luz, s/nº – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo – SP (Portão A)
Valor: R$ 24 (inteira) R$ 12 (meia)
Grátis para crianças até sete anos e aos sábados para todos
Ingressos à venda no site

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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