Na próxima quinta-feira (25), o Sesc São Caetano abre a exposição ‘Orí’, produzida pelo artista Roger Ramos, mais conhecido como Ramo. A mostra revela a busca do artista pela própria identidade e consciência de ser e estar no mundo.
“Orí é um exercício de solitude em meio à distopia. Um vislumbre da cabeça que cria, tecendo redes de afeto, neurais, cognitivas e narrativas. Redes que gingam com elegância por territórios urbanos e rurais. Orí é um horizonte que reside na margem, propondo novos centros, discutindo a urbe na fresta do censo e dissenso”, define sua inspiração o artista Ramo.
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Serão 17 obras, entre pinturas, cerâmicas, esculturas e instalações, que foram desenvolvidas em caráter de ‘Site Specific’, ou seja, quando as obras são pensadas em diálogo com o território e o público do espaço anfitrião, propondo uma nova forma de deslocamento, trânsito e interação.
Com a mostra, Ramos usa a argila para modelar e remodelar significados ancestrais e contemporâneos, criando uma exposição do desdobramento de sua pesquisa identitária, tendo como tema central o verbo ‘construir’ dentro da produção erudita e de arte popular.
“Nesta exposição, especificamente pensada para o Sesc São Caetano, meu desafio foi entender como esse trabalho poderia entrar no meio digital e criar relações de afeto e empatia com o público da unidade. A Covid-19 nos apresentou esse impasse e cada um, dentro do seu tempo, recursos e dinâmica, desenvolveu maneiras de se relacionar. E se durante a pandemia interagimos com essas caixas tecnológicas chamadas de celular e computador, eu apresento essa exposição dentro de uma caixa de madeira, na qual cada visitante terá acesso individual às obras”, afirma Ramo.
A curadora da mostra, Lorraine Mendes, destaca que a exposição orienta as pessoas a observar os sentidos, as histórias, as heranças, as distâncias e as aproximações em uma cidade como São Caetano. “Nos convida a perceber os trânsitos dos corpos, dos afetos, as origens e os futuros que riscam esse chão e dão sentido e constroem o tecido urbano a partir daquilo que mais importa, ou deveria importar, em uma cidade: gente”, complementa.
Obra disponibilizada na exposição ‘Orí’ | Crédito: Arquivo pessoal/ Roger Ramos
Roger Ramos é natural de Mauá, em São Paulo. Ele tem graduação em Artes Plásticas pela Faculdades Integradas Coração de Jesus e especialização em Gestão Cultural Contemporânea. O artista já teve seus trabalhos expostos em espaços como o Museu de Arte do Rio, o Museu da Diversidade Sexual – SP e a Fundação Nacional de Artes (Funarte).
Serviço
A exposição Orí começa a partir do dia 25 de novembro deste ano e vai até 31 de março de 2022. Para uma visitação às obras com o artista e uma caminhada no território ocupado, os agendamentos estão sendo feitos na Central de Relacionamento do Sesc a partir de quarta-feira (24). O limite máximo é de 15 pessoas.
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