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Exposição ‘Pequenas Áfricas’ aborda criação do samba carioca

A mostra celebra o samba como uma cultura em constante movimento, fruto de laços artísticos e comunitários, além de disputas e negociações
Cartola sentado tocando violão para crianças.

Foto: Arquivo Diários Associados/Acervo IMS

24 de outubro de 2023

O Instituto Moreira Salles (IMS), em São Paulo (SP), apresenta a exposição “Pequenas Áfricas, o Rio que o samba inventou”, que reconstitui a cena cultural carioca e a criação do samba urbano a partir das comunidades afrodescendentes no início do século 20.

A mostra aborda as complexas redes de trabalho, solidariedade e espiritualidade construídas nesse período, além de suas reverberações no presente, das escolas de samba aos terreiros e quintais.

Dividida em dois andares, a exposição reúne aproximadamente 380 itens, entre documentos, gravações musicais, fotografias, matérias de jornais, filmes e obras de arte, provenientes do acervo do IMS e de outras instituições.

A exposição faz alusão ao termo “Pequena África”, de autoria do artista Heitor dos Prazeres, para se referir à região da Zona Portuária do Rio de Janeiro, que, no começo do século 20, concentrava uma numerosa população afrodescendente. Na exposição, o termo é pensado enquanto construção política e expandido para outras regiões da cidade.

O percurso se inicia no Cais do Valongo, tido como o maior porto escravista da história, o complexo do cais recebeu cerca de 1 milhão de africanos escravizados.

A exposição reúne ainda imagens e documentos da Praça Onze, principal local da Pequena África histórica, perto de onde foi fundada a primeira escola de samba e, em torno dela, aconteceu o primeiro desfile das agremiações.

A exposição também evidencia a atuação central das Tias na construção do universo do samba. Mulheres negras e mais velhas em sua maioria, a primeira geração de Tias chegou ao Rio de Janeiro em meados do século 19 vindas da Bahia.

As mulheres eram rezadeiras, cozinheiras e quituteiras que exerciam papéis de liderança em suas comunidades. A partir de fotografias, livros, reportagens e depoimentos, a exposição trata da trajetória de nomes centrais, como Tia Ciata, Tia Amélia, Tia Dodô e Tia Lúcia.

Na abertura da mostra, no sábado (28) às 11h, haverá uma roda de samba conduzida pelo bloco Cacique de Ramos. Fundado em 1961, o bloco deu origem ao Fundo de Quintal, grupo que revolucionou o samba no final da década de 1970. Na mostra, são exibidas fotos que registram a história do bloco, como a série de imagens tiradas por Carlos Vergara na década de 1970, além de discos, estandartes, fantasias e instrumentos musicais.

Serviço

Quando: de 28 de outubro de 2023 a 21 de abril de 2024
Onde: IMS – Av Paulista, 2424 – Bela Vista, São Paulo (SP)
Entrada gratuita
Programação completa no site.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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