Segunda edição do evento recebeu 135 produções audiovisuais da região amazônia e de outras partes do país; programação online ocorre de 25 de novembro a 10 de dezembro
Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Joyce Cursino / Negritar Produções
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Discutir o racismo através do audiovisual e valorizar a produção de cinema realizada por afro-brasileiros, sobretudo da região amazônica, são os objetivos da segunda dição do Festival de Cinema Negro Zélia Amador de Deus. O evento, em formato online, ocorre entre os dias 25 de novembro e 10 de dezembro
A programação inclui debates, premiação e exibição de filmes pelo site Todesplay e pelas redes sociais do Cine Diáspora. Esta edição tem como grande homenageada a diretora de cinema e atriz paraense Rosilene Cordeiro, professora de teatro, diretora de cinema, performer e atriz.
“O II Festival Zélia Amador de Deus parte de uma construção coletiva feita a partir de uma reunião de amigos artistas, cineastas e produtores culturais negros, que sentem em suas vidas a importância do cinema, o percebem como instrumento de mudança de mentalidades, incentivando práticas antirracistas e de valorização da produção artística afrodiáspórica e africana”, conta Fernanda Vera Cruz, curadora e produtora do evento.
De acordo com a organização do festival, a edição recebe 135 produções, sendo 56 (41%) da região amazônica e 79 (58%) de outras regiões do país. Desses, 21 filmes de cineastas amazônicos foram escolhidos e irão concorrer ao prêmio Zélia Amador de Deus nas categorias: Clipe da Região Amazônica, Projeto para Web da Região Amazônica, e Curta-Metragem da Região Amazônica. Na categoria Curta-Metragem Nacional, 27 filmes estão na disputa.
Partindo da crença do potencial transformador do cinema e visando a ampliação do entretenimento, o Festival de Cinema Negro também terá uma sessão especial destinado a pessoas com deficiência auditiva e surdos. A organização selecionou duas produções de diretoras negras na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). Trata-se das obras Blackout, de Rossandra Leone (RJ), e Seremos Ouvidas, de Larissa Nepomuceno (PR).
O nome do festival é em homenagem a professora, atriz, diretora de teatro e ativista Zélia Amador de Deus. “Zélia é uma das fundadoras do Cedenpa (Centro de Estudo e Defesa do Negro no Pará) e grande referência na luta contra as opressões que mulheres e homens pretos sofrem. Nós acreditamos na frase ‘nossos passos vêm de longe’, ou seja, estamos aqui produzindo cultura negra na Amazônia porque o Cedenpa existiu. Reconhecemos sua importância na luta quilombola, pelas políticas de ações afirmativas e contra o racismo”, explica Lu Peixe, da coordenação do evento.