O Nós, mulheres da periferia, em parceria com Alma Preta Jornalismo e Marco Zero Conteúdo, está com inscrições abertas até o dia 15 de outubro para o programa formativo “O papel do jornalismo periférico e antirracista na proteção das crianças negras”. Esta ação tem apoio da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, organização dedicada à defesa dos direitos da primeira infância.
As inscrições podem ser feitas neste link e são direcionadas a jornalistas, estudantes de jornalismo e comunicadores com atuação no Nordeste do país. O objetivo do programa de formação é aprofundar e qualificar a cobertura jornalística antirracista, ampliando o conhecimento sobre as histórias, narrativas e os desafios que permeiam o cotidiano de mães, bem como a importância de garantir os direitos de crianças negras. A lista dos selecionados será anunciada em 30 de outubro, por e-mail e nas redes sociais.
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Serão selecionadas 35 pessoas que, ao final da formação, poderão concorrer a uma bolsa de R$ 10 mil e um programa de mentoria para produção de uma reportagem comprometida com a proteção das crianças e mulheres negras.
Os encontros acontecerão em novembro, online, sempre às terças-feiras a partir das 18h30. Os principais temas a serem abordados incluem a violência racial e suas manifestações na vida das crianças negras, o papel da política pública no cuidado às mães negras; a presença da criança na família, escola e na sociedade e as melhores práticas e ética na cobertura jornalística dos direitos da primeira infância.
Jornalismo antirracista
As crianças negras e indígenas, juntamente com suas cuidadoras são as mais impactadas pelas desigualdades estruturais presentes na sociedade brasileira. Por isso, é fundamental que o assunto esteja presente nos noticiários, trabalhos acadêmicos e pesquisas, contribuindo para a consolidação e reivindicação de políticas públicas.
Mayara Penina, especialista em Educação Infantil, e diretora de conteúdo do Nós salienta a relevância desta formação para fomentar discussões no ecossistema do jornalismo. “Este ciclo formativo tem o objetivo de debater nossa atuação jornalística quando abordamos infâncias negras em todas as editorias. O olhar cuidadoso e responsável para o nosso campo de atuação deve pautar um jornalismo antirracista”.
Para Pedro Borges, editor-chefe da Alma Preta Jornalismo, o programa é fundamental para debater o racismo estrutural e seu impacto no cotidiano de mães e crianças negras. “Iniciativas como essas só poderiam vir de uma reunião desses veículos com compromisso com os direitos humanos nas suas diferentes perspectivas e interseccionalidades. Juntos, topamos o desafio de olhar para a primeira infância com olhar mais cuidadoso”.
A gerente de comunicação da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal Sheila Ana Calgaro, defende o apoio a iniciativas em rede que incitem o debate no campo da comunicação sobre os direitos de crianças negras, como essencial para a reflexão sobre o racismo.
“Através de projetos de comunicação colaborativos e interconectados, podemos construir um ambiente propício para a reflexão e discussão sobre os direitos das crianças negras, promovendo uma análise profunda do racismo em nossa sociedade.”
Sérgio Miguel Buarque, coordenador executivo da Marco Zero conta que estão muito empolgados com o início dos trabalhos. “Um projeto fundamental tanto no conteúdo quanto na forma. No conteúdo, por discutir caminhos para um jornalismo antirracista, comprometido com proteção das crianças negras. Na forma, por fortalecer redes de jornalismo, fora do eixo Rio de Janeiro/São Paulo, atuando de forma colaborativa e integrada.”
Serviço
Programa formativo: “O papel do jornalismo periférico e antirracista na proteção das crianças negras”
Inscrições: bit.ly/nos-maesecriancas
Prazo final: 15 de outubro
Divulgação dos selecionados: 30 de outubro
Sobre o Nós, mulheres da periferia
O Nós, mulheres da periferia é um site jornalístico dedicado a repercutir a opinião e a história de mulheres negras e periféricas. Seu compromisso é oferecer um outro jeito de ver os acontecimentos no Brasil e no mundo e contribuir para a construção de uma sociedade plural, antirracista e não patricarcal. Em atividade desde 2014, o objetivo do veículo é democratizar o debate público e aproximá-lo da realidade brasileira, que tem uma população majoritariamente formada por mulheres negras. Seguindo uma linha editorial transparente com suas leitoras e leitores, o fazer jornalístico do Nós, mulheres da periferia é guiado por valores como ética, confiabilidade e independência.
www.nosmulheresdaperiferia.com.br
Sobre a Alma Preta Jornalismo
A Alma Preta é uma agência de jornalismo especializada na temática racial. O objetivo é construir um novo formato de gestão de processos, pessoas e recursos através do jornalismo qualificado e independente. A história da agência começou em 2015 como um coletivo de universitários e comunicadores negros, que perceberam desde jovens a necessidade de produzir pautas antirracistas no Brasil. Desde então, o veículo ganhou notoriedade pelo caráter político na produção de nossos conteúdos editoriais por acreditarem que seu trabalho tem o dever de informar, visibilizar e potencializar a voz da população negra.
Sobre a Marco Zero Conteúdo
A Marco Zero Conteúdo é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que tem por objetivo qualificar o debate público promovendo o jornalismo investigativo e independente. Em um cenário de concentração de mídia e perda de credibilidade dos meios de comunicação tradicionais, como vem ocorrendo no Brasil, a Marco Zero aposta na produção de reportagens e conteúdos que exponham as relações de poder, dando destaque a temas de interesse público invisibilizados pela mídia corporativa.
Sobre a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal
Organização que atua desde 2007 aos direitos da primeira infância. Atua para transformar a vida das crianças do nascimento até os 6 anos, principalmente as mais vulneráveis, abrindo caminho para um futuro com mais perspectivas e um país com mais equidade. Para tanto, elegem quatro prioridades: mobilizar as lideranças públicas, sociais e privadas; sensibilizar a sociedade; fortalecer as funções dos pais e dos adultos responsáveis pelas crianças e melhorar a qualidade da educação infantil no nosso país.