O Kwanzaa é uma das celebrações tradicionais das famílias negras em diversas regiões do mundo. A primeira comemoração aconteceu nos EUA, em 1966. A inspiração vem da tradição Zulu e de diversos povos da África Ocidental durante os festivais da colheita. São sete dias de festa que marcam um momento importante para as comunidades.
“A ideia original, nos anos 1960, era unir a população preta dos EUA e de diversos outros lugares em torno de objetivos comuns. A celebração do Kwanzaa é cultural, não tem um viés religioso”, explica o professor Carlos Machado, que promove a festividade em São Paulo desde 2008. Um ano antes, o Conselho de Negras e Negros Cristãos da Bahia fizeram um primeiro encontro brasileiro para falar sobre o tema.
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O calendário dos festejos começa no dia 26 de dezembro e vai até o dia 1º de janeiro. Em 2020 e este ano, por conta da pandemia de Covid-19, todo o calendário do Kwanzaa é virtual. Na cidade de São Paulo, as celebrações tiveram apoio no início da UCPA (União dos Coletivos Pan-africanistas). Este ano, devem acontecer cinco comemorações diferentes do Kwanzaa.
O primeiro contato do professor Carlos Machado com a festividades foi nos anos 1990, quando ele leu uma reportagem em inglês sobre as comemorações inspiradas na festa da colheita dos povos africanos que tinha sido publicada na revista Essence Spirit, em 1992.
O objetivo é gerar momentos de reflexão e afetividade por meio de encontros, dança, poesia, diálogos e músicas que se relacionam com os sete temas dos festejos. Esses temas abordam questões que falam da família, das crianças, do bem-viver e dos compromissos com a ancestralidade e com o respeito ao meio-ambiente.
Entre diversos significados, o Kwanzaa pode ser definido como “primeiros frutos” e representa a união das famílias, dos amigos e da comunidade.
O criador da festa, professor e ativista americano Maulana Karenga, definiu os seguintes princípios que devem ser a base da comemoração e reflexão de cada um dos dias do Kwanzaa: Umoja (união); Kujichagulia (responsabilidade com o próprio futuro); Ujima (trabalho coletivo na comunidade); Ujamaa (economia cooperativa); Nia (propósito de expandir a cultura africana); Kuumba (criatividade para tornar a comunidade mais bonita e bem-sucedida); e, por último, o Imani (fé ao honrar ancestrais e tradições de líderes africanos).
Além de São Paulo e da Bahia, o encontro é comemorado no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, entre outros.
“O Kwanzaa é uma oportunidade de relembrar como foi o nosso ano e projetar como deve ser o ano seguinte pensando nos valores da nossa comunidade”, destaca o professor Carlos Machado. Ele divulga nas suas redes sociais as agendas e atividades online sobre o Kwanzaa.