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Livro discute racismo em algoritmos e ferramentas de redes sociais

A obra aborda o preconceito por trás de reconhecimento facial, filtros para selfies, moderação de conteúdo, chatbots, policiamento preditivo e outras aplicações que usam sistemas de inteligência artificial na atualidade
A imagem mostra um homem negro com gráficos em seu rosto. O livro de Tarcízio Silva aborda o racismo em algoritmos em redes sociais.

Foto: Reprodução/Twitter

10 de abril de 2024

A fim de discutir o racismo instalado nas ferramentas de inteligência artificial e algoritmos das redes sociais, o livro “Racismo algorítmico: inteligência artificial e discriminação nas redes digitais”, do pesquisador Tarcízio Silva, questiona as responsablidades entre humanos e as máquinas em relação às discriminações na internet. A obra será lançada no Sesc Ipiranga, na quarta-feira (10). 

Ao longo das 268 páginas, o pesquisador busca observar o racismo algorítmico, que se tornou um conceito relevante para entender como a implementação acelerada de tecnologias digitais emergentes priorizam ideais de lucro e de escala e impactam negativamente minorias raciais em torno do mundo.

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Em seis capítulos, Silva investiga, de forma interdisciplinar, o fenômeno do racismo algorítmico em tecnologias como mídias sociais, buscadores, visão computacional e reconhecimento facial. O livro gera debates acerca de diversos temas como as concepções da inteligência artificial, robôs racistas, vigilância, hipervigilância e necropolítica.

Segundo Silva, a obra busca colaborar com o crescente corpo de investigações intelectuais sobre como o colonialismo e a supremacia branca moldaram os últimos séculos – inclusive na definição dos limites imaginativos e produtivos do fazer tecnológico.

“Revisamos noções sobre o racismo on-line, em especial suas facetas particularmente presentes no Brasil. Indo além da noção do racismo on-line como materialização explícita de discurso de ódio em texto e imagens, percorremos modalidades que abarcam também desinformação, gestão das plataformas de mídias sociais e moderação e apresentamos a ideia de ‘microagressões algorítmicas'”, diz o professor em comunicado à imprensa.

Circulando entre hipervisibilidade e invisibilidade de grupos racializados, o livro também traz para o debate as tecnologias de visão computacional. “Entre imagens e vídeos, os erros explícitos da inteligência artificial e algoritmos que só conseguem ‘ver’ pessoas e objetos através das lentes da branquitude nos dizem e mostram muito sobre a algoritmização das representações historicamente racistas nas culturas ocidentais”, explica.

O livro faz parte da coleção Democracia Digital, organizada pelo sociólogo e pesquisador do campo da cultura digital Sergio Amadeu da Silveira e lançada no formato e-book pelas Edições Sesc. A coleção reúne livros em que especialistas abordam diferentes perspectivas do tema, como propriedade intelectual, cultura hacker e o uso de algoritmos. 

Serviço
Quando: Dia 10 de abril, quarta-feira, a partir de 20h
Onde: Sesc Ipiranga — Rua  Bom Pastor, 822 – Ipiranga, São Paulo-SP
Disponível para compra no site.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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