Entre os dias 19 e 27 de janeiro, a cidade histórica mineira vira capital nacional do cinema brasileiro, com programação gratuita de longas e curtas-metragens em pré-estreias, bate-papos, performances, oficinas e muitas ações culturais ao longo de toda a semana
Texto e imagem / Divulgação
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Atingindo os 21 anos em pleno vigor e relevância, a Mostra de Cinema de Tiradentes abre o calendário audiovisual brasileiro de 2018 no próximo dia 19 de janeiro, quando inicia a vasta programação que se estende até o dia 27 na cidade histórica mineira. Em nove dias, serão 102 filmes (30 longas e 72 curtas-metragens), 51 sessões e 34 debates, além de performances artísticas, oficinas, lançamentos e uma intensa agenda de encontros e discussões sobre a produção contemporânea. Mantendo a tradição, as atividades da Mostra vão ocupar três importantes espaços da cidade: o Cine-Praça, o Cine-Teatro e o Cine-Tenda. A abertura, na noite do dia 19, vai homenagear o ator carioca Babu Santana e terá pré-estreia do longa-metragem baiano “Café com Canela”, de Glenda Nicácio e Ary Rosa. Por sua vez, o encerramento, no dia 27, contará com outra pré-estreia, “A Moça do Calendário”, de Helena Ignez.
Para 2018, a temática central da Mostra de Tiradentes é “Chamado Realista”. O conceito, definido pela dupla de curadores Cléber Eduardo e Lila Foster, se distingue do que é normalmente conhecido por realismo na história do cinema (marcado pela busca de um certo apagamento das mediações de linguagem e da representação de um olhar sobre algum aspecto da vida social) e segue o viés contrário, o da percepção mais explícita dos mecanismos estéticos. “O cinema contemporâneo parece apontar para novas maneiras de contato com o real, principalmente numa representação que traz na sua forma e estilo o desejo de uma dramaturgia – no caso da ficção, calcado no lastro da experiência de mulheres e homens. O trabalho para chegar até a experiência realista inclui muitas vezes métodos e perspectivas diretoriais que retiram o texto dos atores de suas vidas reais, uma combinação entre ficção e fatos da vida que se reflete no perfil naturalista de muitas das atuações contemporâneas”, diz Lila Foster.
Homenagem
A homenagem a Babu Santana dentro da temática “Chamado Realista” se justifica, pois a ator, em plena efervescência de sua carreira no cinema e na televisão, chama atenção por interpretar personagens de rápido vínculo com elementos não-ficcionais. Seja interpretando figuras marginalizadas ou um cantor de vasta popularidade, Babu vem construindo uma trajetória marcada por tipos distintos, enriquecidos com a versatilidade de seu talento. “Quase toda a filmografia de Babu Santana lida com narrativas situadas em ambientes em atrito e de risco, com marcas de desigualdade social brasileira. Parte significativa de seus personagens é dura e de empenho realista”, destaca Lila Foster. Além de “Café com Canela”, outros filmes com o ator estão na programação: “Bandeira de Retalhos” (2017), de Sérgio Ricardo; “Tim Maia” (2012), de Mauro Lima; e “Uma Onda no Ar” (2002), de Helvécio Ratton.
Longas
Na sua 21a edição, a Mostra de Cinema de Tiradentes exibirá 30 longas-metragens em pré-estreia na programação, divididos em seis seções temáticas: Aurora, Olhos Livres, Homenagem, Chamado Realista, Praça e Mostrinha. Os filmes selecionados pela dupla de curadores Cleber Eduardo e Lila Foster têm representantes de nove estados brasileiros: São Paulo (12), Rio de Janeiro (6), Minas Gerais (5), Paraíba (2), Goiás (1), Bahia (1), Pernambuco (1), Paraná (1) e Distrito Federal (1). Em nove dias de intensa programação gratuita no Cine-Tenda, Cine-Teatro e Cine – Praça, a 21ª Mostra Tiradentes se confirma como a maior plataforma de lançamento do cinema brasileiro contemporâneo, exibe filmes em pré-estreias mundiais e nacionais, títulos premiados e de destaque em festivais no Brasil e no exterior.
Para o curador Cléber Eduardo, a Aurora – que chega à sua 11a edição em Tiradentes – mantém seu norte diante de uma cada vez maior heterogeneidade de estilos autorais fortes. “São muitos filmes em apenas sete selecionados, e são esses sete por suas peculiaridades, na relação entre si, a todos os outros selecionados e também aos não selecionados, entre o que está e não está em evidência”, diz. O que se apresenta é uma variedade de universos, estilos e olhares em constante renovação geracional e de modos de produção. Os filmes são “Madrigal para um Poeta Vivo” (SP), de Adriana Barbosa e Bruno Mello Castanho; “Imo” (MG), de Bruna Schelb Correa; “Ara Pyau – A Primavera Guarani” (SP), de Carlos Eduardo Magalhães; “Dias Vazios” (GO), de Robney Bruno Almeida; “Baixo Centro” (MG), de Ewerton Belico e Samuel Marotta; “Lembro mais dos Corvos” (SP), de Gustavo Vinagre; e “Rebento” (PB), de André Morais.
Na Mostra Olhos Livres, transita-se por mundos humanos e subjetividades variadas, com sofrimentos diversos em natureza e em voltagem dramática. “De situações mais violentas às mais sutis, de marcas delicadas de cotidianos a feridas históricas em aberto, de filmes mais discretos na forma a outros mais chamativos em suas operações, de aproximações recuadas com os seres em quadro ao uso dos seres como parte de um espetáculo formal”, enumera Lila Foster. Os filmes são “Antes do Fim” (SP), de Cristiano Burlan, “Fernando” (RJ), de Igor Angelkorte, Julia Ariani e Paula Vilela, “Inaudito” (SP), de Gregorio Gananian, “Navios de Terra” (MG), de Simone Cortezão, “O Nó do Diabo” (PB), de Ramon Porto Mota, Gabriel Martins, Ian Abé e Jhésus Tribuzi, e “Platamama” (SP), de Alice Riff.
Curtas
A seleção de 72 curtas-metragens reflete as temáticas de gênero, raça, representatividade e identidade sexual que vêm pautando parte significativa da produção contemporânea no formato. Com produções de 15 estados, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, os filmes estão distribuídos em nove mostras: Foco (cujos filmes concorrem ao prêmio do Júri da Crítica), Foco Minas (que destaca a produção mineira, estado que sedia o evento), Panorama, Chamado Realista, Praça, Regional, Formação, Jovem e Mostrinha.
Com as novas tecnologias (câmeras digitais) e o barateamento de custos de produção, o curta vem se impondo como linguagem essencial do cinema brasileiro, já caminhando de maneira independente ao longa-metragem através de novas janelas de exibição. Geralmente muito atrativo ao público – devido à duração dos filmes e à possibilidade de se assistir a títulos variados numa mesma sessão –, o curta-metragem sempre teve em Tiradentes um tratamento especial na programação, ocupando boa parte da grade através das exibições e de debates com realizadores e espectadores dentro do Seminário do Cinema Brasileiro.
“A maior parte dos curtas que estão no festival passam por alguma questão importante do nosso momento histórico, mesmo que ela não seja o centro da narrativa”, comenta Francis Vogner dos Reis. A curadora Camila Vieira completa: “A nossa seleção propõe um recorte de filmes com olhares cinematográficos bastante amadurecidos, atrelados à visceralidade de questões emergenciais do presente”. Pedro Maciel Guimarães completa o time que assina a curadoria de curtas.
Debates
Extensão fundamental da programação de filmes na Mostra de Cinema de Tiradentes, o 21º Seminário do Cinema Brasileiro, que acontece diariamente no Cine-Teatro Sesi terá presença 38 profissionais no centro dos debates – críticos, jornalistas, pesquisadores, profissionais do audiovisual para juntos com as equipes de filmes e espectadores ampliarem as ideias sobre os filmes exibidos.
Todos os títulos das Mostras Aurora, Olhos Livres e Foco ganham bate-papos na série Encontro com os Filmes, sempre na presença dos realizadores e de críticos e pensadores convidados. Para os debates temáticos e de homenagem, serão quatro encontros: “Chamado realista”, “O ator e seu meio: o percurso de Babu Santana”; “O corpo e a fala realista nas interpretações”; “Questões de enfoque, materiais e de postura”; “Incidência de novos e antigos realismos em perspectiva latino-americana”, “O cinema brasileiro contemporâneo”. Nos Diálogos Audiovisuais e Internacionais as “Perspectivas para o setor audiovisual em 2018”
Oficinas
Iniciativa de vanguarda no circuito de mostras e festivais, a Mostra Tiradentes, desde sua primeira edição (1998) promove oficinas audiovisuais visando à formação e capacitação técnica para o mercado de cinema e criando oportunidades para nova geração de atores e realizadores.
Em 2017, são 10 oficinas com o total de 225 vagas oferecidas para atender públicos e interesses diversos reafirmando o compromisso com o desenvolvimento da indústria audiovisual em Minas Gerais e no Brasil.
Mostrinha
Tem atividade para todo mundo na Mostra de Tiradentes. A criançada vai ter diversão garantida na Mostrinha, em sessões de longas e curtas-metragens, sempre com a presença da Turma do Pipoca. Já os mais crescidos vão se identificar na Mostra Jovem, que reúne curtas que dialogam com as questões e experiências adolescentes.
Artes
Nem só de cinema é feita a Mostra de Cinema de Tiradentes. O evento, que abre o calendário audiovisual e completa 21 anos de trajetória, ampliará o caráter de resistência e inovação para além das telas em uma agenda ampla, plural e totalmente gratuita. Dela participarão alguns dos artistas independentes que mais têm se destacado na cena nacional ao explorar uma voz autoral, capaz de colocar em diálogo questões políticas, sociais, estéticas, comportamentais e filosóficas.
A curadoria artística, desenvolvida pela equipe do Sesc, que assina a parceria cultural do evento, levou em consideração a temática “Chamado Realista”, proposta para esta edição. Assim, foram escolhidos artistas, grupos, bandas para apresentações diárias no Sesc Cine-Lounge e no Largo das Fôrras (praça principal da cidade).
Exposições, cortejos, teatro de rua, performances e várias intervenções artísticas ao longo da programação prometem fazer de Tiradentes a capital da cultura. O coletivo #eufaçoaMOSTRA estará na produção de conteúdos audiovisuais interativos e instantâneos que integram a Campanha #eufaçoaMOSTRA. À noite, o Sesc Cine-Lounge será o espaço de encontros e apresentações musicais.
Descubra #TIRADENTES 300 anos
Uma das novidades desta edição do evento é que a 21ª Mostra Tiradentes abre a temporada audiovisual de 2018 no mesmo dia em que a cidade de Tiradentes comemora seus 300 anos. A Universo Produção teve a iniciativa de lançar nas redes sociais a campanha Descubra #Tiradentes300anos com o propósito de enaltecer e apresentar ao público histórias, personalidades, curiosidades e pontos turísticos da cidade e de integrar esta data histórica na programação do evento.
TODA PROGRAMAÇÃO É OFERECIDA GRATUITAMENTE AO PÚBLICO.
***
Acompanhe a 21ª Mostra de Cinema de Tiradentes e o programa Cinema Sem Fronteiras 2018.
Participe da Campanha #EufaçoaMostra
Na Web: mostratiradentes.com.br No Twitter: @universoprod
No Facebook: universoproducao / mostratiradentes
No Instagram: @universoproducao Informações pelo telefone: (31) 3282-2366
***