Com o objetivo de dar visibilidade ao protagonismo de jovens mulheres da região amazônica e colocar a identidade amazônida no centro de debates, a Mostra Cultural online Amazônia Mulher-2021 acontece entre os dias 19 e 23 de fevereiro.
A iniciativa recebeu inscrições de mulheres cis e trans de 16 a 28 anos, que usaram seus aparelhos celulares para produzir materiais digitais. Serão selecionados os trabalhos de dez mulheres artistas e escritoras do Pará e que atendam ao tema ancestralidade feminina amazônida.
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Além de dar oportunidade para valorizar a produção artística, a mostra é também uma forma de gerar renda para as selecionadas. “Na região Norte, muitos talentos surgem na cena independente enfrentando inúmeras dificuldades, as mulheres em especial, são atravessadas por adversidades como: desemprego, baixos salários, desigualdade de gênero, (no caso das mulheres negras e transexuais) acrescenta-se racismo e transfobia, entre tantas outras amarras patriarcais que ferem a autoestima e demarcam nossos espaços na sociedade”, analisa a cientista social Laiane Guedes, criadora e responsável pelo evento.
“Nosso objetivo é mostrar o trabalho dessas mulheres e como elas se enxergam aqui na Amazônia, como é ser uma mulher negra na Amazônia? Como é ser uma mulher indígena na Amazônia? Quem são essas mulheres? São basicamente essas perguntas que queremos responder com os trabalhos apresentados, mostrar nossa pluralidade e as lutas individuais de sobrevivência dessas mulheres em nossa região”, acrescenta Laiane.
O material selecionado será publicado nos perfis das redes sociais do evento e haverá a transmissão de lives com a participação das artistas. O resultado da seletiva será divulgado nas redes sociais do evento no dia 17 de fevereiro. As artistas selecionadas ainda participam de duas oficinas online de escrita criativa a serem ministradas virtualmente pela organização do evento nos dias 1 e 2 de março.
O projeto foi aprovado no edital Juventude Ativa Lei Aldir Blanc Pará-2020, que ainda conta com a curadoria de Victória Sampaio, fotógrafa, videomaker e arte educadora e Táfta Briana, professora de Filosofia. “O resultado mais esperado é mostrar caras novas, mulheres de outras cidades não somente da região metropolitana de Belém, a criação dessas mulheres também precisa ser vista por nós que ocupamos essa região. Além disso, poder oportunizar a remuneração é também, de alguma forma, fazer elas acreditarem em seus trabalhos”, afirma a responsável.