Texto: Pedro Borges / Edição de Imagem: Pedro Borges
O sarau acontece todo o último domingo do mês na região do Itaim Paulista
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No dia 30 de Outubro, domingo, acontece a edição especial de aniversário do Pretas Peri. Das 14h às 21h, as poetas Jô Freitas, Juliana Jesus, Tayla Fernandes e Janaina Cintia coordenam as atividades na Rua Manuel Álvares Pimentel, no Itaim Paulista, Zona Leste de São Paulo.
O Pretas Peri começou as suas atividades em 2014, no antigo terreno baldio do bairro, quando Jô Freitas convidava grupos teatrais para se apresentarem na região. A chegada das demais integrantes foi essencial para exigir do poder público e da subprefeitura, com o apoio da comunidade, que se revitalizasse o terreno baldio e o transformasse em praça. Tayla Fernandes, uma das organizadoras do sarau, recorda que em Novembro de 2015, depois de muita pressão política, a praça foi construída. “Foi uma luta conjunta com a comunidade, resistência mesmo, vezes e vezes na subprefeitura para ouvirem nossas vozes. Havia um projeto que nunca saiu do papel para o terreno abandonado e provavelmente nunca sairia. Hoje é um espaço agradável, de encontro de jovens e famílias”.
Mais do que o sarau, o grupo promove ações, debates e mostras artísticas como forma de fortalecer a arte periférica. Mesmo diante das dificuldades para articular todas essas ações, Tayla exalta a satisfação na construção do Pretas Peri e indica projetos futuros do coletivo. “Da luta cotidiana, tiramos força de cada sorriso pra dar o melhor de nós mesmas, mesmo tendo jornada dupla, tripla e às vezes quádrupla, na correria com casa, trabalho, filho, estudos e a luta pela quebrada. Nos próximos passos pretendemos dar mais força ao Sarau. Outro desejo nosso é uma peça teatral. Imagine só: uma peça de luta sobre a mulher preta e periférica?!”.
A poeta destaca a importância do projeto ser articulado por mulheres negras, na medida em que as demais sentem-se representadas e a vontade durante o Pretas Peri. “Somos espelhos pra outras mulheres, assim como elas são para nós. Sabemos que passamos pelas mesmas dificuldades e a nossa luta é contra isso. Mostrar em forma de arte que elas podem soltar o cabelo crespo, que seu companheiro não pode oprimi-la, que ser de religiões como candomblé e umbanda não é feio, e que juntas temos mais força”.
Tayla acredita que o Pretas Peri, assim como os muitos outros saraus de periferia em São Paulo e por todo o Brasil, é uma forma de manifestação da comunidade preta e periférica. “Somos movidas pelo mesmo sentimento que os nossos coletivos irmãos. Acredito que uma característica nossa seja a parceria forte com a quebrada. Todos fazem acontecer, é uma que traz a energia, outro que traz a lâmpada, o adolescente que desengaveta uma poesia, trabalhamos para que quando não podermos estar aqui tenha alguém que de continuidade no Sarau e terá!”.
Programação:
14hrs as 16h00 – Oficina de composição de poemas curtos com Brevescrita
Pintura e brincadeira para as crianças com Princiane Lucio
16hrs as 17hrs – Banda Pensamentos Libertinos
17h -Apresentação da peça homens de saia do coletivo bixo solto
17h30 – Coletivo Acuenda realizando o Cabaret D’ÁGUA
18hrs – Abertura do sarau com Oro dun aye– A palavra, o som e o mundo de Luiz Carlos Garcia
(Microfone aberto)
Lançamento do livro – Mania de Mariana Felix
Intervenção com Ashante
Varal de Poesias
21hrs – show com Clarianas- Clariô
Serviço:
Contato: [email protected]
Pagina no Facebook: Pretas Peri