Texto: Pedro Borges / Edição de Imagem: Pedro Borges
Evento terá a presença de Hamilton Borges, articulador nacional da Reaja
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A Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto faz lançamento da campanha “Não vote, Reaja” e da nova edição do jornal Assata Shakur no dia 15 de julho. A atividade acontece entre as 18h e as 21h30 na Galeria Olido, centro da cidade.
A Reaja é uma organização do movimento negro de orientação pan-africanista, quilombista, comunitária e que luta contra o racismo, a política de supremacia branca, a violência policial e a seletividade do sistema jurídico brasileiro. A campanha é um dos principais núcleos de resistência no país contra o genocídio do povo negro. “A gente nem precisa mais falar desse negócio de racismo, que é um debate que ficou centrado em um aspecto jurídico, aprovado por deputados e positivado por juízes, advogados e operadores de direito. O que nós estamos debatendo é o ódio anti-negro, é o ódio contra nós, é um ódio incessante, porque a nossa própria existência é uma existência que é fundamentada pela opressão permanente”, explica Hamilton Borges.
O lançamento da campanha “Não vote, Reaja” e da publicação Assata Shakur foram feitas nos estados da Bahia e do Rio de Janeiro. Hamilton destaca que a proposta é algo muito além de um boicote às eleições que acontecem no Brasil neste ano. “O que nós estamos dizendo é o seguinte: “Não vote, reaja”. Não vote, faça alguma coisa. Não vote, saia do seu conforto. Não vote, vá para a comunidade. Não vote, crie escolas. Não vote, colete o lixo e jogue na porta da prefeitura. Não vote, faça alguma coisa. Haja, reaja”.
O articulador nacional da Reaja ainda ressalta a importância de uma mídia negra autônoma e que dialogue com o povo negro. “É fundamental que a gente tenha os nossos próprios veículos de comunicação. E nós da Reaja optamos por criar um veículo de comunicação impresso que é uma tradição da luta negra no Brasil. Desde o pessoal da Frente Negra, desde o pessoal da imprensa negra em São Paulo, em Belo Horizonte, na Bahia, a gente sempre teve um instrumento de comunicação que era nosso, que falava dos nossos dilemas, que era também pedagógico”.
O encontro é organizado em São Paulo pela Reaja, Frente Negra do Grajaú, Posse Haussa e a UCPA (União dos Coletivos Pan-Africanistas).