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Antiproibicionistas discutem impacto da política de drogas na vida das mulheres

Com o tema “50 Anos da Guerra às Drogas - Mulheres Usuárias resistindo a democracias proibicionistas”, a Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas promove encontro internacional com três dias de programação

Texto: Victor Lacerda I Edição: Lenne Ferreira I Imagem: Reprodução/Instagram

Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas promove 2º Encontro Internacional

9 de setembro de 2021

A Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa) realiza, pelo segundo ano consecutivo, um encontro internacional para discutir a política de guerra as drogas que atinge, principalmente, a vida das mulheres. Neste ano, o evento é promovido no formato on-line de hoje até próximo sábado (11). Mulheres do Brasil, Chile, Colômbia, EUA, México, Argentina, Uruguai e Equador estarão juntas discutindo a formulação de uma política intelectual acerca do feminismo antiproibicionista e seu projeto de fundação de novos marcos democráticos. As inscrições são gratuitas. 

Para esta edição, o tema escolhido foi “50 Anos da Guerra às Drogas – Mulheres Usuárias resistindo a democracias proibicionistas”. A rede alerta sobre a histórica punição contra as mulheres em toda a América Latina nos últimos anos e faz o recorte de que, No Brasil, a chegada da proibição significou, na década de 30, a perseguição da cultura negra e indigena com uma legislação que proibiu a maconha, o candomblé e o samba.  

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É nesse contexto de perseguição que mulheres antiproibicionistas, cis e trans, usuárias de drogas e ativistas defendem uma outra política de drogas no Brasil, com foco principal na defesa dos direitos humanos dos grupos de mulheres atingidas pelo modelo proibicionista. Como exemplo, a organização ressalta a vulnerabilidade sistêmica das mulheres negras, encarceradas, profissionais do sexo, usuárias de drogas, mulheres em situação de rua, mães vitimas da violência e sobreviventes. 

“O encontro em si vem para fortalecer e ampliar as vozes das mulheres negras que estão nesses espaços. Isso reflete diretamente nas construções que a gente já faz, o modelo que a gente já utiliza de formação e que pode abarcar mais questões, dentro do diálogo com as famílias que trabalhamos, além de pensar em como a gente vai fortalecer a estrutura dessas redes. A exemplo disso, foi a criação do Núcleo de Advocacia Popular da Renfa, um trabalho extremamente necessário. Partindo desses diálogos que o encontro promove, temos outras formas de pensar a modificação de um sistema para uma política de drogas que a gente acredita”, pontua a mobilizadora nacional pelo desencarceramento na Renfa, Débora Aguiar, em conversa com a Alma Preta Jornalismo. 

Leia também: Pensadora trans pernambucana ministra aula em escola internacional de feministas negras

Visando também garantir a autonomia e participação das mulheres e corpos dissidentes nos processos de construção da sociedade, neste segundo encontro internacional, os subtemas pluralizam a discussão central. Nesta quinta-feira (9) está programada uma homenagem à Leilane Assunção, Danielle Vassalo e Marielle Franco, além da mesa “Mulheres e reconstruções das democracias no mundo”. Já na sexta-feira (10), duas mesas formam a programação. São elas: “50 Anos da Guerra às Drogas, racismo, sexismo e resistências das mulheres” e  “Mulheres Usuárias Enfrentando Democracias Proibicionistas”. Por fim, no sábado (11), a roda de “Feminismo Antiproibicionista e Decolonial por novos mundos possíveis” encerra as discussões e o evento finaliza com a festa “A arte celebra as liberdades”. 

“Esperamos, cada vez mais, melhorar a nossa estrutura com o acúmulo internacional de conhecimento vindo de mulheres que estão incidindo nas políticas públicas, nos poderes e estão dentro dessa esfera institucional, sobretudo, trazendo o debate para fora das nossas discussões internas e que precisa ter acesso à informação. Acredito que com esses encontros nós possamos construir esse caminho para um ideal democrático sobre o tema, que seja representativo, tenha as mulheres ocupando as mulheres, o povo preto, indígena e periférico como epicentro dessa revolução”, finaliza Débora, questionada sobre a expectativa dos frutos que serão gerados pós evento. 

Para as interessadas, as inscrições ainda se encontram abertas e mulheres, travestis, pessoas trans e não binárias podem participar. Todas as pessoas participantes ainda receberão certificado e estão convidadas a interagirem  com as convidadas de cada mesa durante as lives. 

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