O mês de setembro é voltado para conscientizar o público sobre a importância do acolhimento, acessibilidade e inclusão da pessoa com deficiência. Nesse sentido, o festival The Town, realizado durante o mês, em São Paulo, idealizou um centro de acessibilidade para garantir a participação de todos com segurança emocional.
Idealizado pela terapeuta ocupacional Luciana Sanged Portella e pela CEO do projeto, Michele Melo Spider, o espaço consiste em uma sala de integração sensorial voltada para o público com transtornos de processamento sensorial, como autistas e pessoas com ansiedade, que precisam se regular nas questões sensoriais auditiva, visual, tátil, e proprioceptiva — classificada pelas especialistas como “aquela vontade de um abraço, de um acolhimento”.
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Portella explica que as crises de ansiedade afetam o entendimento sobre o ambiente, o que impacta todo o sistema organizacional. “Isso acaba gerando até processos de desmaio, transtorno de ansiedade generalizado, então eu entro em estado de pânico e quero sair do espaço a qualquer momento”, diz.
O ambiente, idealizado para crianças e adultos que buscam esse refúgio, é composto por uma luz baixa amarela, que agride menos o sentido visual. Nele, é possível encontrar uma piscina de bolinhas, pufes, e balanços sensoriais de lycra, além de cobertores ponderados que dão uma sensação de proteção. “Eles acabam se sentindo acolhidos, a crise de ansiedade diminui e eles conseguem sair para curtir o show”.
No primeiro dia do festival — realizado nos dias 3, 4, 7, 9 e 10 de setembro —, o espaço recebeu uma média de 14 autistas, de 17 a 30 anos de idade, com crises sensoriais ocasionadas especialmente pela chuva que tomou conta do The Town. “Eles se sentiram totalmente ameaçados e vieram se acolher aqui”, conta Portella.
“Para incluir não basta chamar para participar do evento, para incluir você deve entender a necessidade das pessoas e adaptar-se às diversas características”, pontua Melo.