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Universidades promovem encontro sobre hip-hop no contexto africano

Antropóloga e socióloga criaram um seminário internacional para debater o impacto da cultura hip-hop e sua origem africana; na edição anterior, o tema foi o hip-hop na cultura caribenha

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nadine Nascimento I Imagem: Agência Brasil

seminário internacional sobre cultura hip-hop

28 de setembro de 2021

Nesta terça-feira, a partir das 14h30, será realizado um seminário internacional “Hip-hop em Trânsito” com os professores Halifu Osumare, da Universidade da Califórnia em Davis, nos EUA, e Carlos Guerra Júnior, da Universidade Federal do Cariri (UFCA), no Ceará. No encontro, transmitido pelo Youtube, serão apresentados trabalhos sobre o hip-hop no contexto africano, com mediação e debate do professor Omar Ribeiro Thomaz, da Unicamp.

O seminário é promovido pelo Centro de Estudos e Migrações Internacionais (CEMI/Unicamp), Programa de Pós Graduação em Sociologia da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e pelo Grupo de trabalho “Formas e Experiências Culturais Periféricas” da a Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS).

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As cientistas sociais com especialização em sociologia e antropologia, Daniela dos Santos e Jaqueline Lima Santos, criaram uma linha de pesquisa com foco na cultura hip-hop e o seu impacto no mundo. Segundo Daniela, a linha de pesquisa “Hip-hop em Trânsito” subdivide-se nos seguintes temas: biografias e trajetórias; “Hip-hop nation”; narrativas em trânsito e comunidades imaginadas; globalização e produções de cenas locais da cultura hip-hop em contextos pós-coloniais; hip-hop e arregimentação política nas periferias globais; Hip-Hop e mercado de bens simbólicos.

“Como eu já estou trabalhando com a Jaqueline em outras frentes relacionadas ao hip-hop, ela me convidou para coordenar em co-parceira essa linha de pesquisa. O objetivo do seminário é o de trazer para as universidades brasileiras maiores possibilidades de diálogo e reflexão junto ao campo de estudos denominado “Hiphop Studies”, que emerge institucionalmente nos Estados Unidos a partir dos anos 2000”, diz Daniela, que tem como foco do seu trabalho acadêmico as relações entre música popular urbana e indústria cultural, racismo, modernidade, nação, globalização e cultura do rap.

A primeira edição do seminário internacional, no dia 11 de agosto, contou com a participação da Profa Tanya Saunders (Universidade da Flórida, nos EUA), que apresentou o seu livro recentemente traduzido para o português: “Modernidade negra: hip hop, artivismo e mudança social em Havana”, originalmente publicado em inglês em 2015.

“A nossa intenção tem sido a de apresentar pesquisas sobre Hip Hop em níveis nacional e internacional a fim de tecer um diálogo frutífero entre os pesquisadores. Acreditamos que as universidades brasileiras têm muito a aprender com o hip-hop, e esses seminários são uma mostra dessas possibilidades. Há diversas disciplinas nas universidades americanas e europeias sobre hip-hop”, explica Daniela, que também é professora da UEL.

O crescimento do interesse pela cultura hip-hop nas universidade brasileiras pode ser considerado, na visão dela, um desdobramento positivo das ações afirmativas e do acesso de mais estudantes negros e negras no ensino superior, por meio de políticas de cotas como e dos programas de incentivo estudantil.

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