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Ailton Krenak, 1º indígena da ABL, toma posse como imortal nesta sexta-feira

O escritor e filósofo toma posse da cadeira número cinco da Academia Brasileira de Letras
A imagem mostra o filósofo e ambientalista Ailton Krenak. Ele é o primeiro indígena a fazer parte da Academia Brasileira de Letras.

Foto: Wikimedia/Coletivo Garapa

5 de abril de 2024

Na noite desta sexta-feira (5), a Academia Brasileira de Letras (ABL) vai imortalizar o filósofo e escritor Ailton Krenak. Ele será a primeira autoridade indígena a ingressar no quadro da instituição e ocupará a cadeira de número cinco. O evento será na sede da entidade no Rio de Janeiro e terá transmissão ao vivo no YouTube.

A cerimônia de posse do ambientalista Ailton Krenak contará com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, do ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, e do secretário municipal de cultura do Rio de Janeiro, Marcelo Calero.

Ailton Alves Lacerda Krenak, nascido em Itabirinha, região do Médio Rio Doce, em Minas Gerais, o mais recente membro da ABL é um pensador, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro da etnia indígena crenaque. É também professor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pela Universidade de Brasília (UnB).

Ainda adolescente Krenak mudou-se com sua família para o estado do Paraná, onde se alfabetizou e se tornou produtor gráfico e jornalista. Na década de 1980, passou a dedicar-se exclusivamente ao movimento indígena. Em 1985, fundou a organização não governamental Núcleo de Cultura Indígena, que visa promover a cultura indígena. 

Em 1988, participou da fundação da União dos Povos Indígenas, organização que visa representar os interesses indígenas no cenário nacional. No ano seguinte, participou da Aliança dos Povos da Floresta, movimento que visava o estabelecimento de reservas naturais na Amazônia – por meio da qual fosse possível a subsistência econômica através da extração do látex da seringueira, bem como da coleta de outros produtos da floresta. Após isso, retornou a Minas Gerais, onde passou a dedicar-se ao Núcleo de Cultura Indígena.

Desde 1998, a organização realiza, na região da Serra do Cipó, em Minas Gerais, um festival idealizado por Ailton: o Festival de Dança e Cultura Indígena, que promove a integração entre as diferentes tribos indígenas brasileiras.

Em 1999, sua obra O Eterno Retorno do Encontro foi publicada no livro A Outra Margem do Ocidente, organizado por Adauto Novaes.

Krenak foi também o narrador principal do documentário “Índios no Brasil”, produzido pela TV Escola. Dividido em dez partes, o vídeo aborda a Identidade, as línguas, os costumes, as tradições, a colonização e o contato com o branco, a briga pela terra, a integração com a natureza e os direitos conquistados pelos indígenas até fins do século XX.

Sua trajetória ainda passa por cargos relevantes no governo de Minas Gerais, palestras em seminários, homenagens, produções audiovisuais que tratam de conflitos e a resistência indígena e premiações. 

Ailton Krenak tem vários livros publicados. Sua obra está traduzida para mais de 13 países. Atualmente, o intelectual vive na Reserva Indígena Krenak, no município de Resplendor, no estado de Minas Gerais.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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