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Ao menos 394 pessoas foram mortas pela polícia em 2 meses no último ano, diz relatório

O número é referente ao período de julho a setembro, nos estados do Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo
Policial militar segurando uma arma durante operação no Complexo do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro.

Policial militar segurando uma arma durante operação no Complexo do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro.

— Mauro Pimentel / AFP

24 de abril de 2024

Um relatório lançado pela organização não-governamental (ONG) Anistia Internacional, que analisa 156 países, aponta para as problemáticas referentes à violência policial no Brasil. Segundo o documento “O Estado Dos Direitos Humanos no Mundo”, entre julho a setembro de 2023, cerca de 394 pessoas foram mortas em ações das forças policiais.

O número divulgado engloba apenas três estados, sendo eles, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, em um período de dois meses. O relatório cita as operações que ocorreram no Complexo da Maré, no Rio, que suspendeu a aula de mais de 17.000 mil estudantes por seis dias.

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Em São Paulo, a ONG destaca a primeira versão da Operação Escudo, deflagrada em julho de 2023 na Baixada Santista. Em parceria com o Conselho Nacional de Direitos Humanos, a entidade documentou 11 casos de violações graves dos direitos humanos, ocasionadas por agentes do Estado. As violações incluem tortura, maus-tratos, entrada ilegal em residências e execuções.

A falta de solução judicial para os casos de uso ilegal da força policial é um dos temas explorados pelo relatório. Intitulado de “Impunidade”, um trecho do estudo explicita os casos de desaparecimentos forçados e mortes envolvendo ações da polícia, nos quais ainda não foram solucionados pela justiça.

Dos cinco casos citados no documento, nenhum foi solucionado e em todos os casos continham a participação de agentes policiais. O documento denuncia a lentidão da justiça brasileira em indiciar e condenar policiais.

“No Ceará, entre junho e setembro, 20 dos 33 policiais indiciados por participação na Chacina de Curió, em 2015, foram a julgamento. Seis foram condenados por homicídio e tortura, 14 foram absolvidos. Outros 13 ainda não haviam sido julgados”, diz trecho do relatório.

O documento ainda aponta que, no território brasileiro, a violência policial, os homicídios ilegais e as detenções arbitrárias afetaram as pessoas negras de maneira desproporcional, devido ao racismo sistêmico.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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