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Áreas periféricas são mais vulneráveis a casos de dengue

Segundo infectologista, as populações com acesso limitado a saneamento básico, habitação adequada, emprego, educação e serviços de saúde estão mais suscetíveis à propagação de doenças como a dengue
Vista parcial do bairro Jardim Peri, periferia de São Paulo, em 20 de maio de 2018. Regiões da periferia, segundo dados do Ministério da Saúde, postos de saúde da periferia lideram as ocorrências de dengue.

Foto: Nelson Almeida/AFP

4 de março de 2024

Os postos de atendimento localizados nas periferias lideram as estatísticas de casos de dengue no Distrito Federal. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, até sábado (2) a região contabilizou 77 mortes confirmadas em decorrência da dengue, o que representa aproximadamente 29,8% do total de óbitos registradas no país, que chegou a 258 até o momento.

O DF já notificou mais de 102.757 casos da doença, o que corresponde a quase 10% do total de casos no Brasil, que ultrapassou a marca de 1 milhão de notificações na última semana.

A preocupação com a gravidade da doença é evidente entre a população. Juliana, uma moradora, expressou à Agência Brasil seu temor diante da possibilidade de uma situação mais severa da dengue, especialmente em uma comunidade com recursos limitados. “O que mais me apavorou foi a possibilidade da dengue ficar mais grave. A gente é pobre e tem muito medo”, afirmou.

O médico infectologista José Davi Urbaez destaca em entrevista ao veículo público que as condições sociais desempenham um papel crucial no avanço da dengue. “É claríssimo que, no caso da dengue e, habitualmente, todas as doenças infecciosas, são grandes marcadores dessa vulnerabilidade porque ela é construída”, avaliou.

De acordo com o profissional, as populações com acesso limitado a saneamento básico, habitação adequada, emprego, educação e serviços de saúde estão mais suscetíveis à propagação de doenças como a dengue.

Uso da tecnologia

O médico infectologista Hemerson Luz alertou na mesma entrevista a possibilidade de quadros mais graves da doença em pessoas que já tiveram dengue, explicando que a reação do sistema imunológico pode resultar em complicações. 

Luz também destacou a importância do uso de tecnologia para identificar áreas com maior incidência da doença, sugerindo o emprego de drones pelo poder público para localizar possíveis focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti. “O uso de drones para procurar esses locais que podem estar acumulando lixo, pode ser usado pelo poder público para fazer essa busca. Esse é um dever de todos”.

Casos de dengue podem aumentar

O aumento expressivo de casos preocupa também o médico Carlos Starling, vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, que compartilhou com a Agência Brasil a preocupação com a coexistência de duas epidemias simultâneas, dengue e covid-19.

Starling prevê que o número de casos de dengue continuará a aumentar até o final de abril, com a queda da temperatura reduzindo a transmissão da doença. “Com isso, a população de mosquito também diminui e, consequentemente, a transmissão da doença também. O período sazonal da dengue tradicionalmente vai até abril”, explicou o profissional.

O médico ressaltou que as mudanças climáticas podem alterar esse padrão e destacou a importância da disponibilidade de vacinas para conter a propagação da doença nos próximos anos.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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