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‘Arqueologias do Futuro’: peça transforma estigmas sociais relacionados aos corpos pretos e favelados

As apresentações acontecem de quinta a domingo, às 20h30, até 4 de fevereiro
Imagem mostra performer Mauricio Lima durante apresentação do espetáculo "Arqueolgias do Futuro".

Foto: Divulgação

4 de janeiro de 2024

Após estrear nacionalmente no Festival de Curitiba, a peça-performance “Arqueologias do Futuro” chega ao Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro, na próxima quarta-feira (11). Idealizada pelo ator e performer Mauricio Lima, a apresentação mergulha nas memórias do performer no Complexo do Alemão, seu território de origem. As apresentações acontecem de quinta a domingo às 20h30 até 4 de fevereiro.

O espetáculo é um desdobramento do projeto Museu dos Meninos, uma instituição virtual que investiga procedimentos de preservação, inscrição e invenção de memórias a partir de uma perspectiva favelada e periférica de um dos maiores conjuntos de favelas do Rio de Janeiro. 

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Ao lado de 30 vozes de jovens negros que formam a coleção permanente do Museu dos Meninos, Mauricio Lima apresenta uma arqueologia afetiva, explorando cinco “artefatos” que compreendem objetos, vídeos, personagens e histórias encontrados ainda na fase de pesquisa para o projeto.

Nesse contexto, a narrativa desperta reflexões sobre o que o corpo fala, quais corpos são genuinamente percebidos e ouvidos, e quem detém o direito de narrar suas próprias histórias.

Além disso, a apresentação, que transita por diferentes expressões artísticas, como teatro, performance, dança e artes visuais, busca criar configurações poéticas para corpos e territórios que enfrentam sistemática opressão.

“Trazemos para o palco uma subversão do imaginário social estigmatizante ligado aos meninos e ao Complexo do Alemão. O que colocamos em cena é a vida e a delicadeza que transbordam do território e dos corpos que ali vivem, em um exercício poético de criação de outras perspectivas de futuro para esse território e essa juventude”, destaca Mauricio, em nota à imprensa. 

Ao lado de Fabiano Dadado de Freitas, também responsável pela direção e dramaturgia do espetáculo, a performance utiliza provocações visuais e sonoras em sua produção. A trilha sonora original é composta por Novíssimo Edgar e Beà Ayòóla, enquanto a direção de arte é assinada por Evee Avila.

“A peça materializa, em cena, a tensão entre o visível e o invisível, radicalizando a relação entre luz, som e movimento em uma experiência sensorial. Uma manipulação imagética para que ecoe uma pergunta fundamental: ‘Você consegue me ver?”, questiona Dadado. 

“Arqueologias do Futuro” foi idealizada para estrear em 2020 no International Community Arts Festival (ICAF), em Rotterdam, na Holanda, no entanto, foi cancelada devido à disseminação da Covid-19. 

Durante o tempo de isolamento, a pesquisa transformou-se em uma ação site-specific no espaço virtual com uma performance virtual. Após uma grande circulação, a apresentação fez parte de festivais como a Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte (CineBH) e de encontros com artistas, pensadores e ativistas negros de diferentes partes do mundo, como Djamila Ribeiro e Joacine Katar Moreira, pensadora luso-guineense. 

Após três anos de pesquisa em outros formatos, os artistas estrearam a performance no Festival de Curitiba em 2023 e agora chegam ao Rio, território poético da pesquisa para o Museu dos Meninos. 

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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