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Brasil atinge menor marca de pobreza em 12 anos, mas desigualdade de renda persiste

Os dados do último levantamento do IBGE indicam que, desconsiderando os programas sociais implementados entre 2022 e 2023, o índice de extrema pobreza saltaria de 4,4% para 11,2%.
Mesmo com menor índice em 12 anos, 9 milhões de pessoas ainda vivem na pobreza.

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

5 de dezembro de 2024

De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 8,7 milhões de pessoas superaram a linha da pobreza no país em 2023. As informações integram a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada na última quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A métrica utilizada para classificar a população desta classe social considera o rendimento domiciliar per capita de R$ 665 por mês, valor adotado pelo Banco Mundial. Em relação a 2022, o percentual de brasileiros abaixo da linha da pobreza caiu de 31,6% (67,7 milhões) para 27,4% (59 milhões), o menor índice observado em 12 anos.  

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O índice nacional de extrema pobreza, que se refere aos que recebem até R$ 209 por mês, também apresentou uma queda de 5,9% (12,6 milhões) para 4,4% (9,5 milhões). Segundo o IBGE, essa é a primeira vez que o indicador ficou abaixo de cinco pontos percentuais. 

O estudo observa que os programas sociais implementados pelo governo federal no biênio foram relevantes para o recuo. Considerando a hipótese de não existirem as políticas de assistência, a proporção de pessoas na extrema pobreza saltaria de 4,4% para 11,2%. 

Desigualdade de renda persiste

A desigualdade de renda se manteve estável no período analisado, não apresentando redução em comparação com o último ano. Em 2023, o rendimento dos 10% mais ricos foi 3,6 vezes superior à renda dos 40% com menos rendimentos.

Menos de 1% das pessoas ocupadas foram consideradas extremamente pobres. O índice sobe para 14,6%, considerando a população desocupada. O nível de ocupação dos brasileiros também apresentou melhora, com um aumento de 3,7 milhões de pessoas (3,8%). O crescimento foi observado tanto para os trabalhadores com vínculo empregatício, quanto os informais.

“Esses indicadores mostram que há pobreza entre a população ocupada, provavelmente relacionada à vulnerabilidade social de alguns segmentos do mercado de trabalho. No entanto, a pobreza e a extrema pobreza entre os trabalhadores são menos intensas do que na população desocupada”, declarou André Simões, integrante da equipe responsável pela Síntese.

Mesmo com a redução significativa nos números, os dados do IBGE indicam que 58,9 milhões de pessoas ainda vivem na pobreza no Brasil; enquanto 9,5 milhões, seguem na extrema pobreza.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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