A Anistia Internacional está com uma petição online pedindo a anulação da pena de morte do afro-americano Rocky Myers. O homem negro se encontra no corredor da morte desde 1993, acusado de matar uma mulher branca e idosa.
Em 1991, na cidade de Decatur, Alabama (EUA), a vida de Rocky Myers mudou para sempre. De acordo com informações da Anistia, Rocky morava do outro lado da rua em que ocorreu o assassinato da mulher. Apesar de nenhuma evidência que o ligue à cena do crime, Rocky foi condenado à morte.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
A Anistia Internacional enfatiza que os depoimentos do caso foram marcados por inconsistências e alegações de abuso policial, pois uma testemunha-chave afirmou mais tarde que mentiu durante o julgamento. Um júri composto por 11 pessoas – sendo dez brancas – o considerou culpado, mas recomendou uma sentença de prisão perpétua. O juiz, em vez disso, condenou Rocky à morte deliberadamente.
Com uma representação legal ineficaz e abandonado por seu advogado após a condenação, Rocky perdeu prazos para recursos. Sua execução pode ser marcada a qualquer momento, e sua única esperança é que o governador do Alabama lhe conceda clemência.
Em um vídeo que faz parte da campanha a favor de Rocky Myers, a própria neta da idosa – que não tem o nome revelado – afirma “meu coração dói por ele [Rocky]. E estou aqui para tentar ajudá-lo”.
Aos 11 anos, Rocky foi diagnosticado com deficiência intelectual. Ele acha difícil ler e não consegue guardar datas ou horários corretamente em sua cabeça. Segundo a advogada de Myers, Kacey Keeton, este é um caso em que um homem negro com deficiência intelectual ficou em desvantagem desde o início por causa da pobreza e de um sistema de justiça falho.
“Quando o advogado estadual pós-condenação de Rocky o abandonou no meio do recurso, Rocky não tinha ideia do que havia acontecido. Ele presumiu que tudo estava avançando. Só quando recebeu uma carta do Procurador-Geral é que soube que o seu direito de recurso tinha expirado e que o Alabama estava a avançar para definir uma data de execução”, disse a jurista em entrevista ao jornal Newsweek.
Keeton afirma ainda que, inicialmente, Rocky foi designado para um advogado que anteriormente representava regularmente a Ku Klux Klan.
A campanha pedindo clemência a Rocky Myers possui adeptos em todo o mundo, mas nenhuma decisão foi proferida pela Suprema Corte norte-americana até o momento.