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Caso Moïse Kabagambe: Coalizão Negra se organiza para denunciar assassinato à ONU

De acordo com Douglas Belchior, atos de protesto serão feitos nos próximos dias; dono do quiosque em que o congolês foi espancado e morto será ouvido hoje pela Polícia Civil

Imagem mostra o congolês Moïse Kabagambe

Foto: Imagem mostra o congolês Moïse Kabagambe

1 de fevereiro de 2022

A Coalizão Negra por Direitos vai denunciar a morte do congolês Moïse Kabagambe à Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com com uma postagem nas redes sociais do grupo, na próxima quarta-feira (2), o coordenador da coalizão e historiador Douglas Belchior se reunirá com o Subcomitê de Prevenção à Tortura da ONU, a fim de efetuar a denúncia e repercuti-la mundialmente. Belchior afirmou à Alma Preta Jornalismo que serão organizados atos de protesto do movimento negro nos próximos dias.

Ainda nesta terça (1º), a Polícia Civil do Rio de Janeiro irá pegar o depoimento do proprietário do quiosque Tropicália, situado na Barra da Tijuca, local em que ocorreu a violência contra Moïse Kabagambe. Os dois policiais militares do 31º BPM (Recreio), que atenderam à ocorrência, afirmaram em depoimento à Delegacia de Homicídios da Barra (DHC) que testemunhas relataram “que dois homens perseguiram a vítima que fugia correndo pela areia, quando na subida do quiosque Tropicália, o mesmo foi alcançado, onde apanhou com um porrete, e a vítima gritava, pedindo para não o matarem”.

Entenda o caso

Moïse Kabagambe, de 24 anos, foi morto na última terça-feira (25) no quiosque Tropicália, após ter ido ao local cobrar o valor referente a dois dias trabalhados. De acordo com o depoimento do cabo Leandro de Oliveira Vigaldi e do soldado Cleiton Lamonica Senra, o crime teria ocorrido por volta de 21h30, mas a corporação só tomou conhecimento da violência às 23h20, durante patrulhamento de rotina, quando viram uma ambulância parada na Avenida Lúcio Costa, em frente ao local do assassinato de Moïse. O corpo do jovem congolês, de acordo com os agentes, foi amarrado em uma escada.

Até o momento, a Polícia Civil identificou as características físicas de ao menos dois autores. O relatório da Polícia Civil aponta que assim que os militares informaram a morte do congolês à central, uma equipe do Grupo Especial de Local de Crime (GELC), da instituição, foi até o local.

Em entrevista ao G1, uma testemunha afirmou que um dos agressores, “o mais novo, deu um golpe, uma chave de perna no pescoço da vítima, o imobilizando, enquanto o outro homem, batia com um pedaço de madeira nas costas da vítima”. Ainda segundo ele, “o fato se deu por, em média, 10 minutos, até que um carro deu uma ‘meia parada’, em frente ao local da violência, momento em que largaram a vítima e atravessaram a Av. Lúcio Costa, se evadiram no sentido da Alvorada”.

A DHC enviou um ofício à embaixada da República Democrática do Congo, em que afirma que o caso de Moïse Kabagambe será investigado rigorosamente. Na última segunda-feira (31), o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para Refugiados no Brasil (ACNUR Brasil), a Organização Internacional para Migrações (OIM Brasil) e o Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgio (PARES Caritas RJ) divulgaram uma nota de “condolências e solidariedade” à família do refugiado congolês assassinado.

Leia também: ‘Entenda a importância de uma embaixada para aprofundar as relações entre o Brasil e os países africanos’

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