O governo do Ceará, por meio da Secretaria da Proteção Social (SPS), pretende abordar a questão étnico-racial desde a primeira infância, especialmente nas comunidades quilombolas do estado, em uma série de oficinas que visam capacitar e implementar práticas antirracistas, com o intuito de promover o desenvolvimento infantil e combater o racismo estrutural e institucional na sociedade brasileira.
Durante as atividades, serão abordadas questões relacionadas ao racismo estrutural e institucional na sociedade brasileira, bem como formas de promover uma primeira infância antirracista nos serviços de assistência social, saúde e educação. O objetivo é estabelecer pactos coletivos entre profissionais do serviço público, sociedade e famílias quilombolas, visando à transformação por meio da educação, saúde e assistência social.
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“É preciso que a saúde, a assistência social e a educação, trabalhando com a primeira infância, discutam um fenômeno planetário que é o racismo. Então o racismo na infância não é brincadeira pesada, não é bullying, é algo que define lugar para essas crianças”, destaca a secretária da Igualdade Racial, Zelma Madeira, em comunicado oficial.
As oficinas municipais de pertencimento étnico-racial na primeira infância são realizadas em comunidades quilombolas como parte do programa Criança Feliz. Em Horizonte, por exemplo, 60 participantes, entre representantes da comunidade e profissionais da assistência social, saúde, educação e cultura, estiveram presentes no evento.
Neste primeiro momento, cinco municípios foram selecionados para o desenvolvimento da ação, incluindo Trairi, Horizonte, Poranga, Monsenhor Tabosa e Pacujá. A escolha se deu entre municípios que já haviam sido candidatos ao Selo Município Sem Racismo.
Tatiana da Silva, coordenadora da Promoção de Políticas da Igualdade Racial de Horizonte (NUPPIRH), participou do primeiro dia da oficina e destaca a importância da iniciativa para as crianças e profissionais do município.
“Eu sou muito suspeita para falar dessa questão da primeira infância porque eu vejo a potência que é. Se queremos uma sociedade diferente da que temos hoje, que é de violências diárias, morte, pessoas machucadas por causa da cor… a gente sabe que o racismo mata, adoece. Então, quando a gente pensa nessa possibilidade de estar trabalhando a infância, que a gente sabe que vai ser o futuro, eu acredito muito que estamos no caminho certo, na busca da eliminação do racismo”, afirma.