Na madrugada desta terça-feira (18), o exército de Israel realizou novos bombardeios na Faixa de Gaza. Os ataques ocorreram após quase dois meses do acordo de cessar-fogo na região, assinado em 19 de janeiro.
Informações do Ministério da Saúde de Gaza apontam a morte de 416 palestinos, a maioria crianças e mulheres. O órgão ainda informou que muitas pessoas permanecem sob os escombros, o que pode fazer com que o número de vítimas aumente ao longo do dia.
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Outras 660 pessoas ficaram feridas no que tem sido considerado como um dos maiores ataques de Israel ao território palestino desde o início da trégua.
Entre os mortos está o vice-diretor do Ministério do Interior do Hamas, Mahmoud Abu Watfa. Segundo veículos de comunicação, os palestinos feridos estão em estado crítico e serão transportados para os hospitais Al Shifa, no norte da região, e Nasser e Europeu, no sul.
Além dos ataques, Israel determinou novas ordens de evacuação para zonas de fronteiras na Faixa de Gaza. Segundo o jornal Al-Jazeera, as ordens de deslocamento do exército israelense são imprecisas e contraditórias, dificultando a busca por refúgio.
Em nota, o Subsecretário-Geral das Nações Unidas (ONU), Philippe Lazzarini, destacou a necessidade de um cessar-fogo definitivo.
“Cenas horríveis de civis mortos, entre eles crianças, após ondas de bombardeios pesados das Forças Israelenses durante a noite. Alimentar o ‘inferno na Terra’ ao retomar a guerra só trará mais desespero e sofrimento. O retorno ao cessar-fogo é uma necessidade”, declarou.
#Gaza: Awful scenes of civilians killed among them children following waves of heavy bombardment from Israeli Forces overnight.
— Philippe Lazzarini (@UNLazzarini) March 18, 2025
Fueling “hell on earth” by resuming the war will only bring more despair & suffering.
A return to the ceasefire is a must.
Israel bloqueia ajuda humanitária em Gaza
Em fevereiro, Israel determinou um bloqueio total da entrada de ajuda humanitária na região da Faixa de Gaza, embargo que já dura 17 dias consecutivos.
De acordo com o diretor do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para o Oriente Médio e Norte da África, Edouard Beigbeder, o bloqueio israelense afeta cerca de 1 milhão de crianças palestinas, que estão sem o básico para sobreviver.
Dados do Painel IPC, organização internacional que mede os níveis de fome no mundo, cerca de 95% da população sofre com algum nível de insegurança alimentar, e 344 mil palestinos enfrentam a fome extrema.
Além dos alimentos, a visita da Unicef à região constatou a privação do acesso à água potável e cortes no fornecimento de energia, realizados pelas tropas de Israel. Segundo Beigbeder, a única instalação que recebeu eletricidade desde novembro de 2024 foi desconectada, e funciona com apenas 13% da capacidade.
O bloqueio também afetou a entrega de mais de 180 mil doses de vacina infantil, quantia suficiente para a imunização completa de 60 mil crianças menores de 2 anos.