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Censo: 16,4 milhões de brasileiros vivem em favelas e comunidades urbanas

Levantamento do IBGE revela aumento de moradores em favelas; região Sudeste concentra maior número de habitantes, enquanto Amazonas lidera em proporção
Vista aérea da favela Cantagalo-Pavão-Pavãozinho, localizada entre os bairros de Copacabana e Ipanema, no Rio de Janeiro, Brasil, em 6 de novembro de 2024. Segundo o Censo 2022, cerca de 16,4 milhões de brasileiros moram em favelas ou comunidades urbanas.

Foto: Florian Plaucheur/AFP

8 de novembro de 2024

O Brasil tem 16,39 milhões de pessoas morando em favelas e comunidades urbanas, o que representa 8,1% da população total do país, segundo dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Em média, de cada 100 brasileiros, oito vivem em áreas com condições habitacionais e de infraestrutura precárias, como insegurança na posse de terras e baixa oferta de serviços públicos essenciais.

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No total, o IBGE identificou 12.348 favelas distribuídas em 656 municípios. Comparado ao Censo de 2010, houve um aumento no número de residentes nessas comunidades: há 12 anos, 11,4 milhões de pessoas (6% da população) viviam nos chamados “aglomerados subnormais”, terminologia usada na época. O IBGE adverte que as melhorias metodológicas na identificação desses territórios dificultam comparações diretas com os dados de 2010.

Sudeste lidera em número de habitantes

A pesquisa revela que a região Sudeste concentra 43,4% dos moradores de favelas, com 7,1 milhões de pessoas, enquanto o Nordeste abriga 28,3% (4,6 milhões) e o Norte, 20% (3,3 milhões). O Sul e o Centro-Oeste apresentam proporções menores, com 5,9% e 2,4%, respectivamente. 

Entre os estados, São Paulo lidera em números absolutos de moradores de favelas, com 3,6 milhões, seguido pelo Rio de Janeiro (2,1 milhões) e Pará (1,5 milhão), somando juntos 44,7% da população de comunidades no país. Em proporção, o Amazonas é o estado com a maior parcela de moradores em favelas (34,7%), indicando que cerca de um terço dos amazonenses vive em comunidades.

As 26 grandes concentrações urbanas do Brasil, que abrigam mais de 750 mil pessoas cada, concentram 83,6 milhões de habitantes. Desse total, 13,6 milhões residem em favelas, o que representa uma taxa de 16,2%, o dobro da média nacional. Essas áreas urbanas representam 41,2% da população do país, mas são o lar de 82,6% dos moradores de favelas. 

Em Belém, 57,1% da população vive em comunidades, enquanto Manaus tem 55,8% de seus moradores em favelas. Salvador (34,9%), São Luís (33,2%) e Recife (26,9%) também apresentam alta concentração de moradores em favelas.

Moradores por domicílio em favelas está acima da média nacional

O Censo também apresenta dados sobre a estrutura dos domicílios em favelas. Dos 6,56 milhões de lares nesses territórios, 72,5% possuem até 500 domicílios, 15,6% têm entre 501 e 999 e 11,9% abrigam mais de mil residências. 

A média de moradores por domicílio em favelas é de 2,9 pessoas, ligeiramente acima da média nacional de 2,8. A maior parte das moradias são casas (96,1%), e 89,3% têm acesso à rede de distribuição de água, um número superior ao total do país, que é de 87,4%, uma diferença atribuída à inclusão de áreas rurais, onde o acesso a esse serviço é menor.

Em relação ao saneamento básico, 61,5% dos domicílios em favelas contam com esgotamento via rede pública ou privada e fossas ligadas à rede, enquanto a média nacional é de 65%. Quase todos os domicílios (99%) possuem banheiro exclusivo, mas a coleta de lixo atinge apenas 76% das residências, ficando abaixo da média nacional de 83,1%.

Além dos lares, as favelas brasileiras contavam em 2022 com 958 mil estabelecimentos. Desse total, a maioria (616,6 mil) é classificada como comércio e serviços. Outros 50,9 mil são religiosos, enquanto 7,9 mil são estabelecimentos de ensino e 2,8 mil de saúde.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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