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‘Chuvas extremas’: organizações pedem medidas emergenciais no Rio de Janeiro

Grupos socioambientais como o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) e o Greenpeace Brasil cobram ações do poder público para evitar impacto ambiental sobre as populações em áreas de risco, sobretudo pobres e negros
Trabalhadores da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) trabalham na limpeza na área de uma enchente no bairro de Realengo, subúrbio do Rio de Janeiro, em 2 de março de 2020

Foto: Mauro Pimentel / AFP

23 de março de 2024

Diante do alerta de chuvas fortes que deverão atingir o estado do Rio de Janeiro de 22 e 24 de março, 35 organizações e coletivos enviaram ao governador Cláudio Castro um ofício em que recomendam a adoção de cinco ações emergenciais, a fim de proteger a população e evitar tragédias como as ocorridas em eventos climáticos anteriores.

Protocolado na quinta-feira (21), o ofício é assinado por grupos como Casa Fluminense, Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), Coalizão O Clima é de Mudança, Movimento Caxias e Greenpeace Brasil.

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Dentre as ações recomendadas no ofício estão a suspensão de aulas em todas as instituições da região, a gratuidade no sistema de transporte viário em áreas de risco e o reforço às ações da Defesa Civil durante o período de alerta — incluindo a adesão do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil.

‘Pedido de socorro das favelas’

Em comunicado à imprensa, a coordenadora da Casa Fluminense, Larissa Amorim, afirmou que o ofício enviado ao governo é um “pedido de socorro”.

“Essa lista de recomendações é um pedido de socorro das nossas favelas, bairros e cidades do Rio de Janeiro, que mais uma vez se movimentam em busca de soluções diante da previsão de tempo para o final de semana. Nós precisamos que o Governo do estado faça a sua parte para proteger vidas e reduzir perdas, evitando que mais uma grande tragédia aconteça. Não é a chuva que mata, e sim, a omissão”, disse Amorim.

Já o coordenador da frente de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Igor Travassos, afirma que suspender aulas e o expediente de trabalho nestes dias tem como objetivo diminuir a circulação das pessoas. 

“Várias das mortes em tempos de fortes chuvas não acontecem somente em desmoronamento, mas também em casos em que as pessoas são arrastadas pelas correntezas e acabam se afogando”, diz Travassos.

Alerta e histórico de mortes

Ao longo da semana, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e o prefeito da capital carioca, Eduardo Paes (PSD), se posicionaram em redes sociais e por meios de órgãos públicos pedindo atenção aos cidadãos fluminenses. 

Nas redes sociais, Paes falou em “chuvas extremas” e pediu aos moradores da capital que evitem deslocamentos. Tanto o prefeito quanto o governador decretaram ponto facultativo na sexta-feira (22) diante da expectativa de chuvas fortes.

O Rio de Janeiro tem longo histórico de chuvas torrenciais e alagamentos que afetam principalmente a população negra e pobre da cidade, que tem acesso limitado à infraestrutura urbana. Anualmente são registradas mortes e deslizamentos na região. Em 2022, a cidade de Petrópolis teve 235 mortes registradas após fortes chuvas e deslizamentos.

  • Solon Neto

    Cofundador e diretor de comunicação da agência Alma Preta Jornalismo; mestre e jornalista formado pela UNESP; ex-correspondente da agência internacional Sputnik News.

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