A cineasta, educadora e roteirista Bia Víeirah foi eleita para ocupar a 27ª cadeira da Academia Propriaense de Letras, Ciências, Artes e Desporto (APLCAD), em Sergipe. A realizadora, que nasceu em Propriá (SE), se formou em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e iniciou sua trajetória como artista, intelectual e mulher de axé.
Durante os 12 anos que viveu no estado baiano, Bia atuou em comunidades quilombolas da Bahia, desenvolveu oficinas em escolas públicas e no presídio feminino de Feira de Santana, além de colaborar com diversos coletivos do movimento negro e de mulheres.
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Também é iniciada há mais de nove anos no Candomblé, com terreiro na cidade de Cachoeira, onde fortalece sua relação com as ancestralidades afro-brasileiras.
A cineasta dirigiu obras como “Em Busca de Lélia” (2017), sobre a pensadora Lélia Gonzalez, “Tinta Preta” (2021), co-dirigiu “Fanfarra Polivalente” e “A Carreta no Palco das Ruas” (2024), e está finalizando os documentários “Filomena e o Mar” e “Entre Águas e Telas”
Atuou em diversas produções baianas e nacionais, como “Na Rédea Curta” (2022), de Glenda Nicácio e Ary Rosa, e “Narrativas Negras Não Contadas”(2024), da Warner Bros/Max. Bia também trabalhou com a pioneira Adélia Sampaio, sendo diretora de produção em 2018 e assistente de direção em 2025.

Em sua trajetória, também criou projetos como “Cinemando no Quilombo” e “Cinema em Fluxo”, levando formação audiovisual a territórios periféricos e tradicionais. É autora de artigos, curadora de festivais e sócia-fundadora do Instituto Memorial Lélia Gonzalez (IMLG). Foi curadora de festivais como Curta Cinema (RJ), MIMB e Mostra do Filme Livre.
Para Bia, “o cinema é lugar de reexistência, de afeto e de futuro. Fazer cinema negro é fazer política de imagem e de memória”. Seus filmes já foram exibidos em canais como a TVE Bahia, Canal Brasil, Globo e Futura, além de mostras, seminários e festivais por todo o país.
“Na universidade, plantei-me Beatriz, e floresceu Bia Víeirah. O Recôncavo foi terra fértil para o meu cinema e minha consciência negra”, declara. Sua eleição para a Academia sergipana representa, em suas palavras, mais que um título, é o reconhecimento de uma artista que tem transformado o cinema em espaço de escuta, ancestralidade e reexistência.