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Coletivos negros serão beneficiados por edital que coloca R$ 2,5 milhões na Educação

As inscrições estão abertas até o dia 6 de setembro e, ao todo, serão selecionadas dez organizações negras que receberão, cada uma, R$ 175 mil, além de apoio técnico para implementarem os projetos

Imagem mostra uma professora, negra, com cabelos trançados em frente a um quadro

Foto: Foto: Katerina Holmes/Pexels

12 de agosto de 2022

O Fundo Baobá para Equidade Racial, com apoio da Imaginable Futures e da Fundação Lemann, disponibiliza, até o dia 6 de setembro, um edital para apoiar organizações, grupos e coletivos negros que atuam no combate ao racismo e na promoção da equidade racial no setor da Educação. Ao todo, o aporte do projeto é em torno de R$ 2,5 milhões.

O edital “Educação e Identidades Negras: Políticas de Equidade Racial” tem caráter nacional e vai selecionar dez organizações, grupos e coletivos negros que atuam na educação, implementam ou fomentam estratégias de enfrentamento ao racismo em instituições educacionais formais e não formais e buscam fortalecer a liderança e a representação da gente preta em espaços de decisão e poder por meio de programas, ações e políticas públicas.

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“Como uma organização de investimento social privado, entendemos nossa responsabilidade em um sistema fundamentado sobre a supremacia de pessoas brancas e sobre outras formas de injustiça. Apoiar um edital voltado para promoção da equidade racial através da educação é fundamental para nós, na medida em que acreditamos que o acesso equitativo à aprendizagem é fundamental para sociedades saudáveis, justas e prósperas. Cada pessoa deve ter a oportunidade de aprender e tornar o futuro que imagina uma realidade”, diz Fabio Tran, Diretor de Investimentos para o Brasil da Imaginable Futures.

As dez organizações, grupos e coletivos negros selecionados vão receber, cada um, R$ 175 mil para que, no prazo de 18 meses (1 ano e meio), realizem os projetos que vão apresentar. As inscrições para o edital poderão ser feitas, gratuitamente, até 06 de setembro, no site do Fundo Baobá.

Reconhecidamente, a população negra, em sua pluralidade, é a mais impactada quando o tema é o racismo dentro das instituições educacionais, principalmente no que diz respeito à falta de acesso e qualidade do ensino.

A promoção da equidade racial, proposta por diferentes organizações atuantes no país, poderá reduzir este impacto negativo e mudar o cenário da educação. Esta é uma oportunidade de fortalecer estratégias do ativismo antirracista, enaltecer e consolidar a busca por direitos, traçar caminhos que levem lideranças atuais e futuras a influenciar, propor e tomar decisões significativas e justas nas políticas educacionais.

“Muitas evidências demonstram o impacto do racismo no Brasil. Há prejuízos para a trajetória da população negra em todas as áreas, mesmo quando a comparação é feita com a população branca de mesmo nível socioeconômico. Na Educação, as desigualdades na aprendizagem são contundentes. Por isso, no nosso plano para a próxima década, a Fundação Lemann colocou o combate às desigualdades raciais como uma prioridade, trazendo-o para o centro de toda nossa atuação”, diz Camila Pereira, diretora de Impacto da Fundação Lemann.

As dez entidades selecionadas também receberão suporte técnico, irão participar de jornadas formativas promovidas pelo Fundo Baobá e Comunidades de Prática promovidas pela Imaginable Futures e Fundação Lemann. O edital Educação e Identidades Negras: Políticas de Equidade Racial pode se configurar em uma oportunidade de mudança social que se inicia na educação.

“O edital é uma oportunidade para enfrentar o racismo, promover a defesa dos direitos, estimular a liderança, resistência e resiliência de pessoas negras que estão em organizações, grupos e coletivos e atuam no campo da educação. Pretendemos estimular mudanças tanto nos espaços de educação formal – escolas de educação infantil, ensino fundamental, médio, ensino superior-, como em espaços não formais onde também se dão as ações educativas”, afirma Fernanda Lopes, diretora de Programa do Fundo Baobá.

Leia também: Seleção de filmes e livros para pensar uma educação antirracista

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