PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Com salto de infecções em uma semana, Brasil registra 71 mortes de quilombolas por Covid-19

12 de junho de 2020

Em uma semana, o número de casos confirmados da doença saltou de 353 para 619 em todas as comunidades remanescentes de quilombos no país

Texto: Flávia Ribeiro | Edição: Nataly Simões | Imagem: Arquivo de Páscoa Sarmento

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Já são 71 quilombolas mortos em todo o país por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Desde a primeira morte, registrada em 11 de abril, no Amapá, a curva da pandemia entre os quilombolas não desacelerou. São 619 casos confirmados e 190 monitorados, de acordo a plataforma online “Observatório da Covid-19 nos Quilombos”. Os dados são contabilizados pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e o Instituto Socioambiental (ISA).

O Pará continua a liderar o número de mortes por estado, com um salto de 19 para 24 mortes em territórios quilombolas em uma semana. Em seguida, está o Amapá, com 13 óbitos. Juntos, os dois estados da região amazônica somam mais da metade das mortes em todo o país. Além deles, ainda há registros nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Amazonas e Ceará.

Em uma semana, o número de casos confirmados na plataforma passou de 353 para 619. Foram 266 casos novos confirmados. Já o número de mortes passou de 59 para 71. Para a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), a pandemia expôs a vulnerabilidade das comunidades remanescentes de quilombos.

Segundo o Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possuía, em 2019, quase 6 mil localidades quilombolas. Os estados com maior número de povoados são Bahia, Minas Gerais e o Maranhão. O Pará é o estado com mais territórios quilombolas titulados. Em 2018, a estimativa era de 141 títulos de reconhecimento definitivo de domínio.

A maior base de dados sobre quilombolas está disponível no “Guia de Cadastramento de famílias quilombolas”, do Ministério do Desenvolvimento Social, de 2010, que identificou a existência de 6.300 famílias distribuídas em 457 comunidades e em 64 municípios paraenses.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano