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Contratação de estagiários negros triplica em cinco anos

Segundo estudo, a maioria dos estagiários estudam em instituições privadas e são dos cursos de engenharia civil, recursos humanos e marketing
Estudante negra segurando livros.

Foto: Freepik

29 de novembro de 2023

Entre 2018 e 2023, o número de estagiários negros contratados aumentou 327%, o que representa um crescimento anual de 46%, segundo a terceira edição do Mapeamento dos Estagiários Negros no Brasil, levantamento feito pela Companhia de Estagiários, empresa de seleção e recrutamento de jovens no mercado de trabalho.

O estudo tem como base 10.378 universitários negros contratados nos últimos cinco anos com formação técnica ou superior nas cinco regiões do país e leva em consideração a classificação de cor e raça do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

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Ainda segundo o levantamento, 57% dos estagiários pretos e pardos são mulheres, 79% da região sudeste e têm média de idade de 23 anos, similar a de estagiários brancos que é em torno de 22 anos. Os dados de 2022 mostram que a média etária era de 25.

Sete em cada dez estagiários negros que atuam em empresas estudaram em instituições privadas. De acordo com o Censo da Educação Superior de 2021, apenas 12% dos ingressantes em cursos de graduação estudaram em universidades públicas.

O CEO e fundador da Companhia de Estagiários, Tiago Mavichian, diz que conhecer o perfil dos jovens talentos que surgem é primordial para o processo de inclusão e direcionamento para contratação.

“As iniciativas focadas em inclusão racial se firmaram no mercado de estágios brasileiro e as empresas não estão apenas atraindo estudantes negros para os seus processos seletivos de forma pontual, mas de forma contínua. Conhecer bem o perfil dos talentos negros no país tem sido fundamental neste processo de inclusão para que as empresas direcionem suas estratégias de atração e seleção de talentos”, afirma.

“O objetivo é que as pessoas contratadas sejam realmente expostas aos desafios do negócio, desenvolvidas por seus líderes e que ao final sejam efetivadas e passem a integrar de fato o pipeline de talentos das organizações”, complementa.

No Brasil, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Educação) indicam que 4,1 milhões de universitários ocupam 48,3% das vagas de ensino superior na soma de instituições públicas e privadas.  Os cursos que mais contratam estagiários negros são de engenharia civil, recursos humanos e marketing.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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